Tete Taylor e Octavia Spencer formaram uma parceria de sucesso em The Help (Histórias Cruzadas). Seria justo pensar que Ma, novo filme da Universal, teria o mínimo de preocupação com o espectador ou mesmo com o legado da dupla. Mas não foi o que ocorreu: o longa infelizmente é cansativo, não tem foco e passa pelo drama barato da mesma forma que tenta promover um thriller psicológico de baixo nível.
Maggie (Diana Silvers) e sua mãe, Erica (Juliette Lewis), voltam para uma pequena cidade de Ohio. A estudante logo se enturma com colegas de sua escola e eles acabam conhecendo Sue Ann (Octavia Spencer) por acaso – pedindo para ela fazer o favor de comprar bebidas alcoólicas. Logo o grupo forma uma amizade com Ann – apelidada Ma – mas aos poucos ela revela sua verdadeira face, da mesma forma que um trauma do passado ainda lhe atormenta.
O grande problema de Ma está na total falta de comprometimento com uma determinada proposta ou com um caminho para expandir a percepção da antagonista ou mesmo dos adolescentes. Aos poucos os jovens começam a frequentar a casa de Ma, que logo impõe uma regra: nunca subir as escadas do porão destinado para as festas. Da mesma forma que isso desperta a curiosidade do espectador durante a rodagem, também é motivo de gargalhadas posteriormente, quando descobrimos que o “segredo” na verdade é um simples recurso para gerar tensão naquele momento.
Outro fator que joga contra Ma é a lenta progressão – você realmente sente os 99 minutos de duração, já que várias tomadas são recicladas e as festas nunca desenvolvem adequadamente um objetivo, ficando no simples consumo de álcool aliado a closes em Octavia Spencer.
E nem mesmo a atuação da atriz salva o filme, pois existe um péssimo uso do elenco de apoio: Allison Janney aparece alguns segundos; Juliette Lewis está claramente limitada por conta das péssimas linhas de diálogo da sua personagem; e Luke Evans sequer dá as caras de forma satisfatória. São tantos problemas no roteiro que é bem provável que o filme tenha passado por problemas durante o processo de edição e pós-produção, pois vários fatores são mencionados e nunca respondidos de forma satisfatória.
Ma, no fim das contas, é uma decepção enorme. O potencial de criar um thriller com alguma discussão de fundo relevante (como racismo ou desigualdade social) é deixado de lado para uma virada inexplicável durante os vinte minutos finais. Uma pena.
Comentário em vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=C23SR5vRwY0
NOTA: 3/10