Captain America: Civil War (Capitão América: Guerra Civil, no Brasil) é um dos filmes mais aguardados de 2016. Para a felicidade dos fãs da Marvel, os diretores Joe e Anthony Russo demonstram uma maturidade ímpar ao levar para as telas vários personagens complexos – e, ainda assim, conseguirem tirar proveito de várias diferenças em um filme repleto de ação e boas surpresas. Ultimamente, os filmes de super-heróis focam muito na construção de um determinado universo para abrir campo para filmes posteriores. É justamente neste ponto que Civil War destaca-se: ao saber aproveitar todo legado construído nos últimos anos, a Marvel entrega uma experiência completa nas telas, com início, meio e fim bem definidos e articulados.
A premissa básica do filme segue o modelo adotado no decepcionante Batman v Superman, mas a abordagem é completamente diferente. Após a morte de inocentes em Sokovia e na Nigéria (cena de abertura) – a ONU passa a questionar a interferência dos heróis. Neste sentido, Steve Rogers, o Capitão América (Chris Evans) vê uma grande injustiça tomar lugar. Seu amigo de infância, Bucky (Sebastian Stan) – que sofreu lavagem cerebral para se tornar o temido Winter Soldier é considerado culpado de um incidente terrorista que ocorre na reunião da ONU em Viena, matando dezenas de líderes mundiais. Ele afasta-se gradualmente de Tony Stark (Downey Jr.), que decide ficar ao lado da ONU e aceita se submeter às regras impostas por 117 países, que limitam duramente suas atividades. Com uma série de problemas políticos, um novo vilão – Helmut Zemo (Daniel Brühl) – deixa claro a ruptura entre os vingadores, divididos entre os favoráveis ao Capitão contra os liderados por Stark.
As cenas de batalhas são de tirar o fôlego! Enquanto Batman v Superman oferece limitados minutos de entretenimento em uma direção problemática, Civil War consegue aproveitar cada peculiaridade dos tantos heróis apresentados na tela para gerar algumas as melhores tomadas de ação de todos os filmes da Marvel. Tanto os novos heróis, como Scarlet Witch (Elizabeth Olsen) e Falcon (Anthony Mackie), quanto os populares War Machine (Don Cheadle) e Black Widow (Scarlett Johansson) têm o tempo necessário para deliciar seus fãs. A atuação de Tom Holland como Spider-Man é excelente, e a Marvel merece aplausos por apostar em um reboot de um personagem deste nível dentro de um filme tão poderoso. Deu (muito) certo!
A Marvel parece ganhar experiência a cada filme que passa – e sabe muito bem fazer a complementação de seus objetivos primários com os secundários. Pode-se notar, por exemplo, que a divisão ideológica dos heróis é apenas uma das tantas possibilidades de análise oferecidas neste filme, que envolve com primazia panos de fundo que servem para Stark e Rogers resolverem suas diferenças. O editor Jeffrey Ford merece os louros por saber envolver tão bem tantas cidades diferentes em pequenos cortes, que não deixam o clímax da batalha cair até a rolagem final dos créditos.
Captain America: Civil War é o melhor filme do Universo Marvel, impactante desde sua cena inicial e incrível ao ponto de prender seu espectador pelo roteiro agradável que se assemelha muito a leitura de uma boa história em quadrinhos.
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NOTA: 8/10