Racing Extinction é um documentário que vem para deixar claro seu ponto de vista. Com parceria do Discovery Channel e suporte da Wild Aid, o diretor Louie Psihoyos – vencedor do Oscar com o impactante The Cove – mostra a impactante realidade de algumas espécies em extinção, e de como ativistas batalham dia e noite para reverter este fato.
Existe uma divisão clara em três frentes. A primeira, que ocupa a metade inicial, mostra o comércio ilegal de animais (como tubarões e raias). A seguir, o diretor convoca o espectador a ouvir seus argumentos para começar a fazer uma pequena mudança em hábitos diários, seja diminuindo o uso de veículos ou não comprando itens que impulsionem o mercado negro. Neste sentido, Louie apresenta o dado de que, após uma propaganda de conscientização de carne de tubarões ser exibida na China, a demanda caiu 70%, o que afeta diretamente os caçadores. Por fim, a necessária reflexão sobre o futuro do planeta toma espaço.
A produção, no entanto, tem suas falhas. A principal delas é deixar de lado a realidade social de determinadas localidades para isolar a extinção das espécies e colocar o homem como o grande vilão da humanidade. Em determinado momento do documentário, Louie mostra o comércio de raias na Indonésia, e ouve dos caçadores a informação de que eles fazem isso para se sustentar. A condenação da comunidade, expressada nas duras imagens, não abre um diálogo maior, que envolve governos federais e ativistas. Se o comércio de raias parar (e, no ritmo atual, isto deve ocorrer em breve) qual será a tarefa empregada as milhares de pessoas. Neste caso, ampliar a discussão e sugerir mudanças é necessário.
Ainda assim, o filme expõe com extrema propriedade a visão de cientistas que lutam para preservar espécies em extinção. Uma das falas de uma entrevistada dita muito bem o tom da produção: “daqui a 200 anos, quando as pessoas olharem para nossa geração, eles se perguntarão como as pessoas aceitaram a extinção das espécies de forma tão passiva”. É uma previsão que não teremos como conferir, mas que se torna cada dia mais plausível.
Como todo documentário que foca na questão ambiental, também existe uma longa discussão em torno do aquecimento global. Em suma, Racing Extinction joga em duas frentes: a primeira é através da beleza das espécies (que, segundo os produtores, pode levar as pessoas a mudar sua concepção sobre o mundo) junto da discussão em torno de políticas de proteção. Mais uma vez Louie Psihoyos acerta a mão com argumentos concisos e bem apresentados. Indicado ao Oscar de melhor canção original.
NOTA: 7/10
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