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Misconduct – 2016

Até quando o dinheiro irá destruir o legado de ícones do cinema? Essa pergunta foi feita pelo The Washington Post alguns dias atrás, quando o jornal tratou sobre a decadência na carreira de Robert De Niro, que certamente não deve se preocupar com sua filmografia, dado o número de bombas que ele vem fazendo ultimamente. Al Pacino e Anthony Hopkins são as estrelas de Misconduct, e, certamente o único atrativo de um filme com um roteiro bizarro, extremamente mal editado e com atuações vergonhosas. O cheque Lionsgate deve ter sido bom o suficiente para os dois veteranos não cogitarem alinhar seus respectivos nomes nesta produção.

Arthur Denning (Anthony Hopkins) é um bilionário do setor farmacêutico. Ele recebe a mensagem de que sua namorada, Emily (Malin Akerman), foi sequestrada, com resgate fixado em dois milhões e meio de dólares. Uma semana antes, Emily passou segredos da empresa para o advogado Ben (Josh Duhamel), que leva os documentos para seu parceiro, Charles Abrams (Al Pacino) em busca de um acordo milionário na justiça pelas fraudes cometidas por Arthur. Após uma morte abalar a história, um assassino coreano com câncer terminal (Lee Byung-hun) aparece e começa a perseguir Ben.

Pacino e Hopkins atuam por poucas cenas, que devem ter sido filmadas em, no máximo, dois dias. A vontade do diretor Shintaro Shimosawa (estreante) em querer focar em um thriller imprevisível fica clara desde o primeiro momento. O problema é que o roteiro é ruim, com graves buracos e passagens desnecessárias. É o tipo de guião que dificilmente passaria em uma prova de escrita na universidade, dada a baixa relevância dos protagonistas em meio da história engessada, sem espaço para . Como de praxe nos filmes B dos Estados Unidos, uma série de situações irreais toma lugar para fechar as pontas, isto é, tentar deixar de lado qualquer reflexão maior sobre o caso. A sequência final, por exemplo, beira o absurdo e chega a insultar a inteligência do público. Só o fato do assassino ser produto do pior clichê possível de Hollywood já é um motivo para dar boas risadas. A atuação do elenco, aliás, deixa clara a falta de ensaio, passando uma péssima imagem dos atores. É como se fosse um filme feito para a Escola de Cinema, onde existe a preocupação de dar uma falsa noção de desespero, com caras e bocas prontas. Al Pacino incorpora Shakespeare em seu personagem, com um bocado de citações, enquanto Hopkins opta por sua tradicional frieza.

Evite a qualquer custo Misconduct. É um típico filme caça-níquel, que se aproveita dos nomes de Pacino e Hopkins para fazer o público comprar uma produção sem sentido.

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NOTA: 2/10

IMDb

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