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Bram Stoker’s Dracula (Dracula de Bram Stoker) – 1992

Francis Ford Coppola conta que desde pequeno se encantou com a adaptação de 1931 do livro de Bram Stoker. E não pensou duas vezes quando surgiu a oportunidade para comprar o roteiro e levar adiante tal sonho.

Com um elenco de primeiro nível, a história é muito mais que uma ampliação do clássico longa estrelado por Bela Lugosi. Coppola dá uma nova identidade não apenas ao Conde Dracula (Gary Oldman), mas também toma a liberdade de alterar alguns aspectos da obra original, especialmente nos personagens Mina Harker (Winona Ryder)  e Lucy Westenra (Sadie Frost). O professor  Abraham Van Helsing (Anthony Hopkins) mantém a mesma essência sombria e sobrenatural. Ele contrasta com Dracula, que deixa de ser um misterioso personagem graças a seu sotaque e ganha traços obscuros graças sua personalidade. O filme trata com grande propriedade sobre o mito de transformação de Vlad, o Empalador. Desde seu rosto até o barulho de seus passos, tudo em torno deste personagem causa desconfiança. As transições de cena são muito agradáveis e prestam um bonito tributo ao filme original.

Mas o grande problema deste longa passa diretamente pela atuação de Keanu Reeves. Coppola o escalou para o papel de Jonathan Harker pelo sucesso dos filmes My Own Private Idaho e Point Break. No entanto, fica claro que faltou maturidade, especialmente quando tentarmos traçar uma inevitável comparação com David Manners, o ator que fez o papel de Harker em 1931. Reeves se mostra excessivamente sério, com olhar perdido e sem rumo. Até mesmo nas suas poucas linhas ele não passa confiança ao espectador. Na minha visão, ele faria jus a importância do papel caso entregasse uma atuação da qualidade de The Devil’s Advocate. Faltava um pouco de rodagem ao ator, mas tenho certeza que ele aprendeu bastante com as várias pauladas que tomou dos críticos americanos logo após o lançamento de Dracula.

O trauma com os gastos de Apocalypse Now repercutiram na forma com que o diretor planejou a produção deste filme. Ao elaborar um roteiro e esquematizar todas os efeitos especiais,  Francis orientou sua equipe a fazer tudo de forma bem simples, visando especialmente a contenção de custos. Após receber uma negativa da equipe de produção, que clamava que todos os projetos visuais do diretor necessitavam de tecnologia de ponta, Coppola demitiu toda a equipe técnica e colocou seu filho, Roman, no comando. Utilizando truques com a sobreposição de imagem, é impossível não tirar o chapéu para o resultado final.

A trilha sonora de  Wojciech Kilar também merece destaque. A música Love Song for a Vampire, apresentada nos créditos finais, virou hit internacional com merecimento. Ao apresentar uma letra excepcionalmente bem escrita, nós podemos dizer que tudo o que ouvimos fecha com o espirito do filme. Nos dias de hoje é difícil (ou melhor, quase impossível) atestar tal fato.

A produção foi um dos maiores sucessos do cinema na primeira metade da década de 1990. Dracula de Bram Stoker não busca ser apenas mais um filme de terror, mas visa abranger o drama romanceado com um elevado nível de suspense. Padrão Francis Ford Coppola.

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NOTA: 7/10

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