Ao sair da exibição de Once Upon a Deadpool (Era uma Vez um Deadpool, no Brasil) – fiquei com uma grande dúvida: por qual motivo levar esta versão ao cinema e não lançar uma edição especial em home video/on demand, etc? Se a premissa de Deadpool 2 já é problemática, ela ganha elementos trágicos ao remover boa parte do conteúdo que diferencia Deadpool dos demais heróis da Marvel.
Dias atrás vi um texto da Vulture que questionava se era possível considerar Once Upon a Deadpool como um filme. O IMDb, por exemplo, não quis adicionar uma nova página para este projeto por considerar – acertadamente, que é apenas um novo corte para atingir um outro tipo de público. Já o Rotten Tomatoes optou pela diferenciação de Deadpool 2.
O roteiro até que começa com uma proposta interessante: Deadpool (Ryan Reynolds) “pede” para o ator Fred Savage (de The Princess Bride) tornar o filme Deadpool 2 mais acessível ao público. Esta sacada foi importante para posicionar Savage como narrador, podendo referenciar o filme e fazer piada justamente nas cenas onde o sangue e os diálogos mais pesados foram alterados.
No entanto, as cenas entre Savage e Deadpool não justificam mais uma ida ao cinema apenas para conferir esta “nova versão”. Basicamente, o conteúdo cortado é trocado por algumas linhas de diálogo pouco inspiradas, sem a marca e a originalidade do personagem.
Sim, Once Upon a Deadpool é um projeto caça-níquel ao propor uma falsa impressão de conteúdo adicional para substituir cenas removidas – justamente na época da festas de final de ano. Não apoio esta decisão – especialmente após ver o “super duper cut” lançado em Blu Ray com mais de quinze minutos de cenas extras.
NOTA: 4/10