Por conta do enorme sucesso de Mamma Mia, a Universal sempre deixou aberta a possibilidade de uma sequência. Mamma Mia! Here We Go Again (Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo,no Brasil) supera as desconfianças do projeto iniciado em 2017 – muito por conta das mudanças na produção e direção – e se consolida como uma excelente opção de entretenimento por apresentar um conteúdo que respeita os fãs do primeiro longa e que mantém uma seleção musical de primeiro nível do grupo ABBA.
No primeiro filme, a marca foi a transição Broadway – cinema. O musical leve e alegre foi referência para outros projetos nos EUA, mas o legado é comprovado em Here We Go Again com um amadurecimento dessa fórmula. Amadurecimento, por sinal, que começa com Sophie (Amanda Seyfried) – que deixa de ser a moça tímida e ingênua do primeiro filme para virar a mulher que comanda o projeto de reestruturação do hotel de Donna (Meryl Streep) na Grécia. Apesar de algumas dificuldades em seu relacionamento com Sky (Dominic Cooper), ela conta com a ajuda da ilha – especialmente de um de seus pais, Sam (Pierce Brosnan), para dar uma grande festa de reabertura. A história também contempla mostrar como a jovem Donna (Lily James) se apaixonou pela ilha, se relacionou com os três homens que mudariam sua vida e ganhou Sophie.
A decisão de utilizar Meryl Streep apenas em uma cena chave do filme foi extremamente acertada. O peso da atriz no longa é enorme – e o abuso da imagem de Donna retiraria completamente foco do arco narrativo estrelado por Lily James, sem dúvida alguma o grande destaque desta produção.
É óbvio que a seleção musical do ABBA seria discutida e que existiria um cuidado em levar ao cinema mais uma trilha com sons memoráveis. Neste sentido, destaca-se o aproveitamento dos hits favoritos dos fãs – como Mamma Mia, Dancing Queen e um breve solo de SOS – que não tiram o espaço das boas interpretações de When I Kissed the Teacher, Waterloo e Ferdinando, vitais para o desenvolvimento da história.
Mamma Mia! Here We Go Again é um dos poucos casos no cinema estadunidense de sequência que não foi apressada – apesar da certeza do ótimo desempenho nas bilheterias – e que realmente apresenta um filme bom. Não tenho dúvida que a Universal voltará com o projeto, talvez na próxima década, já que deixou um caminho naturalmente trilhado.
NOTA: 8/10