Poderia iniciar esta crítica elogiando mais uma vez o Universo Marvel. Considero desnecessário, no entanto, já que os meus leitores já sabem o quanto eu admiro o posicionamento estratégico que construiu franquias consagradas. Apenas cito que o case da Marvel já é discutido também por outros colegas acadêmicos.
Situado após Captain America: Civil War, Black Panther segue o guerreiro T’Challa (Chadwick Boseman), que deve assumir o trono de Wakanda após a trágica morte de seu pai. O filme aponta para dois arcos de ameaça distintos: o primeiro é um traficante de armas extremamente perigoso (Andy Serkis); o outro – ponto alto da história – é um assassino, Erik Killmonger, (Michael B. Jordan) – que quer disputar o trono de Wakanda por conta de seu misterioso passado.
Teoricamente o filme abusa do “instante decisivo” – mas isso passa despercebido já que é comum tal ação ocorrer neste gênero. Michael B. Jordan, ainda que tenha participação apenas na metade final, engrandece o nível geral da produção ao dar vida a um personagem extremamente frio e calculista. A Marvel fez um ótimo trabalho ao amarrar cada cena do personagem de Jordan a músicas que criam uma identidade muito forte. O elenco de peso composto por Lupita Nyong’o, Martin Freeman, Daniel Kaluuya e Forest Whitaker comprovam que a produtora tratou este filme como uma das prioridades para 2018 – e Boseman conseguiu convencer mesmo dividindo seu tempo de tela com tantas outras estrelas.
A ação é o principal destaque, e o drama que sucede a partir das cenas de combate é relevante e realmente cria dúvidas no público. A ameaça de Killmonger é real, e os dois cliffhangers utilizados pelos roteiristas ocorreram naturalmente, sem forçar a barra (algo que considero raro em blockbusters, por sinal). A valorização da cultura africana merece aplausos e Black Panther, sim, é um filme extremamente politizado e vital para discussão no mundo contemporâneo.
A Marvel apresentará este ano outros cinco filmes, com destaque total, é claro, para Avengers: Infinity War (com um grande build up justamente em uma cena pós-creditos de Black Panther). Considero o filme de Ryan Coogler completo em todos os sentidos e espero que a franquia se consolide como uma das principais do Universo Marvel com a comprovação do grande interesse do público.
NOTA: 8/10
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