É uma pena. O universo DC no cinema está perdido e precisa urgentemente de uma renovação. É inacreditável que produtores tenham em mãos um conteúdo tão rico de qualidade, com tanto potencial para exploração, e ainda assim insistam em fórmulas ultrapassadas da década de 1990 para construção de clímax. Justice League (Liga da Justiça, no Brasil), de Zack Snyder, infelizmente apresenta problemas gravíssimos de continuidade e não entrega uma história forte o suficiente para agradar fãs dos heróis apresentados aqui.
Acredito firmemente que a DC Films e a Warner realmente não entenderam a revolução causada pela Marvel durante a década passada. Eles tiraram o estigma negativo que os filmes de heróis carregavam e mostraram que é possível combinar entretenimento, aventura, ação e humor. Claro que a própria Marvel erra, mas é mais bizarro notar que a DC não faz o mínimo esforço para aprender.
A Marvel tem como prioridade, no começo da franquia de determinado personagem, estabelecer o contexto deste dentro de seu universo. A DC teve a chance de apresentar em Justice League um produto mais coeso, tendo em vista que Batman (Ben Affleck), Wonder Woman (Gal Gadot), Aquaman (Jason Momoa), The Flash (Ezra Miller) e Cyborg (Ray Fisher) já haviam sido mencionados anteriormente. A ameaça no filme é o demoníaco Steppenwolf (Ciarán Hinds), que ameaça aniquilar com o planeta.
As cenas de ação são vazias e sem sentido. Não existe uma história contada (de fato). A grande ameaça retratada no filme não é boa o suficiente para causar espanto ou emoção, e chega a ser constrangedor notar as linhas de diálogo de Batman, por exemplo. Combinado com um fraquíssimo trabalho de CGI, especialmente quando se tem em conta o dinheiro injetado para essa produção, o resultado final é ruim. Não existe um ponto alto no filme, algo que realmente fosse válido destacar até para notar uma evolução. Nem mesmo a história secundária que gira em torno de Superman (Henry Cavill) é tratada com seriedade, se bem que neste caso o problema claramente ocorreu na sala de edição, com inúmeros cortes que acabaram desestabilizando a narrativa.
Justice League terá o mesmo destino de Batman v Superman: recepção mista entre os fãs, considerando que alguns ainda tentam ver o lado positivo da produção, bilheteria abaixo do esperado e uma edição em Blu Ray que será provavelmente muito melhor do que a versão apresentada no cinema. Não é o suficiente. A DC tem um longo caminho pela frente.
NOTA: 5/10