Tradicionalmente, maio não é um bom mês para os lançamentos no cinema – mas é a principal época de discussões internas dentro das produtoras e distribuidoras, que começam a avaliar suas estratégias para o final de ano a partir de Cannes.
Na primeira prévia do termômetro para o Oscar 2017, citei dez filmes que seriam grandes apostas do mercado de Hollywood. Neste post, pretendo atualizar o quadro geral da disputa.
Não é nenhuma novidade considerar The Birth of a Nation como o franco favorito. No entanto, o lançamento em outubro deste ano gera alguns questionamentos: ora, se o filme é apontado pela Fox Searchlights como sua carta na manga para 2016, por qual motivo não encaixar este longa na janela de premiações (dezembro)? Com o lançamento do trailer e a alta expectativa gerada em torno do filme, a resposta que eu encontro é voltada para o mercado: caso a Fox optasse por um lançamento no último mês do ano, a disputa seria muito maior, e a rentabilidade do filme despencaria por completo, sendo que competiria com produções bem financiadas e com uma verba de propaganda muito maior do que The Birth teria em mãos. Na primeira semana de outubro, o filme de Nate Parker tem condições para brilhar sozinho.
Opção semelhante ocorreu com Clint Eastwood. O lendário diretor e a Warner optaram pelo lançamento de Sully em setembro (ainda mais longe da janela final) – mas com a certeza de que terá uma grande abertura e que provavelmente irá dominar a bilheteria do mês. Aliás, Hollywood está excitada ao saber que Eastwood filmou praticamente todo seu filme inteiramente com câmeras IMAX, sendo o primeiro diretor a conseguir tal feito.
Fora da minha lista original estão dois filmes ganharam destaque em abril. O primeiro deles é Indignation, estreia de James Schamus na direção. Seu lançamento será na última semana de julho – mas quem esteve em Sundance garante que o filme tem potencial para chegar ao Oscar caso tenha um bom planejamento de screeners para o final do ano.
Mas é o misterioso projeto de Warren Beatty que vem ganhando visibilidade após a Fox confirmar que seu lançamento será na temporada de premiações. Será que o lendário ator – que dirigiu e atuou como protagonista neste longa – irá voltar as telas justamente com filme pronto para o Oscar?
A Sony aposta suas fichas em Ang Lee com Billy Lynn’s Long Halftime Walk (11 de novembro) e Passengers, de Morten Tyldum (final de dezembro). No cinema independente, Maggie’s Plan perdeu força ao ter seu lançamento fixado para este mês de maio. E Born to Be Blue, destaque do SXSW, parece caminhar sem rumo – no típico caso de uma produção que sabe que tem um bom filme nas mãos mas não sabe o que fazer para trilhar o melhor caminho que atinja em cheio tanto as premiações quanto a rentabilidade.
Nos documentários, dois nomes despontam com favoritos, tendo em conta a receptividade pós-Sundance: Weiner – o grande destaque deste começo de ano, que tem um apelo extra por ser um documentário político em ano de eleição – e Jim: The James Foley Story (leia a crítica) – esforço da HBO para tratar sobre o assassinato de um jornalista americano pelo ISIS.
Na próxima prévia, vamos tratar exclusivamente das animações! Até lá!
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