Mais um ano, mais um Oscar. Antes da lista, devo confessar que, pela primeira vez em muito tempo, tenho a impressão de que finalmente a Academia conseguiu fazer uma lista de indicados que vai tornar a premiação imprevisível em um bom número de categorias. Nos últimos três anos obtive o score de 20, 21 e 20 acertos na previsão do Oscar, e igualar estes resultados será bem difícil neste ano (a começar pelo melhor filme). Para a crítica de TODOS os filmes indicados ao Oscar, por favor, clique aqui. As apostas estão em negrito.
Best Picture (Melhor filme): o grande Roger Ebert disse no fim de sua vida que havia encontrado a fórmula para apostar no Oscar: uma mistura de racionalidade com paixão. Se tal fórmula não surtiu o resultado esperado, eu digo que é justamente esta divisão entre racionalidade e paixão que torna esta decisão a mais difícil para mim desde que comecei a apostar no Oscar. Boyhood é um filme que não tem a cara da Academia, mas todo o trabalho de Linklater durante os doze anos de produção surpreendeu até mesmo o mais conservador de Hollywood, e em novembro do ano passado não existia um crítico que não apostasse neste longa como vencedor do Oscar. Mas a derrota no PGA e no SAG caiu como uma bomba. Se a paixão sempre me apontou para Boyhood, o racional clama pela aposta em Birdman, mesmo que este longa não tenha levado a nomeação para o Oscar de melhor edição (historicamente necessária para vencer melhor filme), e mesmo sabendo que a Academia não premia comédias. A provável vitória do longa de Iñárritu vai repetir o ano de 2011, quando The Social Network levou todos os prêmios da crítica mas The King’s Speech carregou os sindicatos.
Best Achievement in Directing (Melhor direção): Richard Linklater (Boyhood) era o favorito até a derrota no sindicato dos diretores. Por conta disto, acredito que Iñárritu (Birdman) levará o Oscar.
Best Performance by an Actor in a Leading Role (Melhor ator): desde o ano passado cito que a disputa seria entre Keaton (Birdman) e Redmayne (The Theory of Everything). A premiação do SAG para o ator que interpretou Stephen Hawking me deu a certeza de que ele é o favorito ao Oscar.
Best Performance by an Actress in a Leading Role (Melhor atriz): Se alguém tirar o prêmio de Julianne Moore (Still Alice), teremos uma das maiores surpresas da história desta categoria. Não imagino outra opção.
Best Performance by an Actress in a Supporting Role (melhor atriz coadjuvante): assim como Moore, Patricia Arquette (Boyhood) venceu todos os prêmios desta temporada e é a grande certeza deste Oscar.
Best Performance by an Actor in a Supporting Role (melhor ator coadjuvante): J.K Simmons (Whiplash). A melhor atuação de um coadjuvante neste novo milênio.
Best Original Screenplay (Melhor roteiro original): Boyhood chama a atenção pela excelente produção, mas não acredito que vá disputar esta categoria. Entre The Grand Budapest Hotel e Birdman, fico com o longa de Iñárritu.
Best Adapted Screenplay (Melhor roteiro adaptado): Whiplash pode surpreender! A história entra na categoria de roteiro adaptado pois a ideia “original” foi apresentada em um curta no Festival de Sundance. Apesar de não ter gostado nem um pouco da forma como The Imitation Game foi construído, reconheço que a história atingiu seu objetivo e emocionou um público considerável em todo o mundo.
Best Foreign Language Film of the Year. Categoria maravilhosa! Ótimos indicados e uma grande pergunta: será que Relatos salvajes tem fôlego para levar mais um Oscar para a Argentina? Vou estar na sala de conferência do Dolby Theather torcendo muito para eles. Minha aposta pessoal é para Ida – que tem uma disputa difícil contra o russo Leviafan.
Best Achievement in Editing (Melhor edição): Deveria ser para Birdman, que surpreendentemente ficou de fora desta categoria. Minha aposta é para Boyhood.
Best Achievement in Cinematography (Melhor fotografia): ano passado falei que Emmanuel Lubezki é um gênio no que faz e que mereceria ganhar por Gravity. Pois bem, aqui estou eu novamente elogiando esta grande figura do cinema americano e apostando nele por conta do excelente trabalho em Birdman. Se a Academia optar por não dar o Oscar para Emmanuel, Robert D. Yeoman (The Grand Budapest Hotel) deve ser o vencedor.
Best Animated Feature (Melhor animação): Vencedor do Globo de Ouro, How To Train Your Dragon 2 está com o caminho aberto para este prêmio, já que seu principal concorrente, Lego, foi deixado de fora.
Best Documentary, Feature (Melhor documentário): Citizenfour é o grande favorito após Life Itself ser esnobado. O documentário da Netflix, Virunga, também aparece com chances.
Best Original Song (Melhor canção): Glory, de Selma. Qualquer outra canção premiada será uma surpresa tremenda – apesar de que adoraria ver um prêmio como reconhecimento a luta de Glen Campbell.
Best Achievement in Music Written for Motion Pictures, Original Score: Este ano eu pensei que finalmente Alexandre Desplat fosse ser premiado. Mas a Academia deve entregar o Oscar para Jóhann Jóhannsson, por The Theory of Everything.
Best Achievement in Makeup and Hairstyling (Melhor maquiagem e penteados): os fãs de Wes Anderson certamente gostariam de ver The Grand Budapest Hotel com mais chances reais de vitória nas principais categorias. Mas considero que nesta disputa secundária, o Oscar é uma certeza.
Best Achievement in Production Design (Melhor direção de arte): Mais um prêmio que coloco na conta de The Grand Budapest Hotel.
Best Achievement in Costume Design: de todas as categorias secundárias, esta é a mais disputada, pois pode ir para qualquer filme. Vou apostar em Into the Woods, mas com um pé atrás por conta do excelente trabalho feito em The Grand Budapest Hotel.
Best Achievement in Visual Effects (Melhores efeitos visuais): Interstellar tem nesta categoria sua melhor chance de Oscar – e é a minha aposta. Dawn of the Planet of the Apes corre por fora.
Best Achievement in Sound Editing (Melhor edição de som) e Best Achievement in Sound Mixing (Melhor mixagem de som): estes dois prêmios são gêmeos, poucas vezes brigam entre si. Por isto aposto na vitória de American Sniper em ambas as categorias (mas já adianto que a disputa deve ser com Interstellar, que pode aparecer e levar os prêmios sem nenhuma surpresa).
Best Documentary, Short Subject (Melhor curta – documentário): ano passado esta categoria foi muito fácil de se prever. Este ano a história é bem diferente. A produção da HBO Crisis Hotline: Veterans Press 1 foi muito bem recebida pelos americanos. Na dúvida, faço desta a minha aposta, já que somente terei a oportunidade de assistir aos indicados a esta categoria um dia antes da premiação, lá em Los Angeles.
Best Short Film, Live Action (Melhor curta): outra categoria imprevisível, já que a decisão fica nas mãos de um pequeno punhado de pessoas. Adorei assistir a The Phone Call, um curta com começo, meio e fim e com uma excelente protagonista que domina a tela graças a sua exibição de primeiro nível. É a minha aposta. Butter Lamp corre por fora.
Best Short Film, Animated (Melhor curta de animação): como já citei anteriormente em outras críticas e postagens, por muito tempo a Academia entregou este prêmio para a Disney, quase sem competição. Ultimamente existe um esforço muito grande para premiar produções independentes. No entanto, considero que Feast tem a melhor produção, a melhor história e um desenrolar excelente. É a minha aposta deste ano, mas considero que The Bigger Picture corre por fora.