De vez em quando, o IMDB me indica um filme que outro que jamais havia ouvido falar. Confesso que foi o caso de What About Bob? (Nosso Querido Bob, no Brasil). Ainda assim, me lembrei que um leitor me mandou um e-mail dizendo que Richard Dreyfuss deveria ter ganho o Oscar de Jack Palance depois que publiquei a análise de City Slickers. Não tive dúvidas ao correr atrás deste longa dirigido pelo diretor Frank Oz e tirar esta história a limpo de uma vez por todas.
Leo Marvin (Richard Dreyfuss) é um terapeuta que acaba de lançar um bestseller e está prestes a aumentar ainda mais sua popularidade graças a uma participação em um importante programa da televisão americana. Um dia antes de sair de férias, ele atende o confuso Bob (Bill Murray), que logo vê no homem a esperança para o fim de sua insegurança. O problema é que enquanto Leo pretende descansar junto de sua família, Bob não mede esforços para ficar perto de seu mais novo amigo e dar um basta nos seus problemas emocionais.
Confesso que fico encantado com a ingenuidade das comédias americanas da transição da década de 1980 para os anos 90. Quando digo isto, logo me vem em mente a experiência de See No Evil, Hear No Evil, filme odiado pela crítica americana, mas uma boa aposta que se mostra extremamente eficiente sempre que me pedem recomendações de filmes de comédia. Todo ambiente criado em torno de um personagem idiota (tento dizer isto no bom sentido da palavra, se é que isto pode ser possível) é feito para tentar tirar gargalhadas do espectador a cada minuto. A tática não funciona muito bem aqui, já que Bill Murray se destaca muito mais pela sua presença de cena do que por qualquer outra coisa. Bob é uma prévia do que seria Mr. Bean. Desajeitado, bobo e sem maldade nenhuma no coração. Os produtores apostaram muito na estrela de Murray para dar credibilidade a este personagem, que também desfruta de raros momentos de lucidez.
E o que falar do caso Dreyfuss? Bom, realmente sua atuação é impecável e não tenho nenhuma dúvida ao dizer que ele rouba o filme com seu perfil que mistura um charlatão com um durão sem rumo. Jack Palance merecia o Oscar? Sim, por conta de toda sua carreira e por ter a oportunidade de ser premiado justamente em 1991. Como a Academia funciona assim, é claro que Dreyfuss entrou para aquela listinha pessoal dos injustiçados, mas você sabe como funciona essa política do cinema americano, não é?
NOTA: 6/10