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Beautiful Boy (Querido Menino) - Crítica do filme

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Beautiful Boy (Querido Menino) – 2018

É normal que todos os anos um filme entre na pauta e acabe levando o título de injustiçado da temporada. Apesar de considerar que First Man fique com esta distinção, nos Estados Unidos muitos colegas apontaram Beautiful Boy (Querido Menino, no Brasil) como o grande esnobe da Academia. Explica-se: Timothée Chalamet conquistou o mundo com Call me by Your Name – e pensava-se em uma indicação para ator coadjuvante pelo excelente trabalho neste filme, especialmente após o reconhecimento no sindicato dos atores. Polêmica de lado, o longa ganha lançamento nos cinemas do Brasil nesta semana destaca um bom trabalho de direção de Felix van Groeningen.

Adaptado das memórias de Nic e David Sheff, a história conta as experiências de pai (Steve Carell) e filho (Timothée Chalamet) no dia a dia da luta contra as drogas – neste caso, a metanfetamina. O drama reconstrói os abusos, o dia seguinte, o sentimento de culpa e o caos que o vício pode gerar em uma família, abalando completamente as estruturas e laços entre parentes.

O filme conta com duas atuações fortes: uma delas, como destacado anteriormente, é a de Chalamet. A outra é de Steve Carell, visivelmente disposto a migrar para o drama, com uma boa seleção de trabalhos nos últimos anos. É ele que faz o elo entre o sofrimento do garoto e o sofrimento do restante da família – um papel pesado, de responsabilidade e que merecia maior apreciação.

Dois arcos narrativos diferenciados são expostos: o primeiro apoia-se em flashbacks, lembrando a infância de Nic e destacando a proximidade com seu pai, criando um poema visual que é aproveitado constantemente quando aplicado no tempo presente do filme; o outro mescla as dificuldades de Nic ao mesmo tempo que foca nos problemas pessoais de David, que agora tem uma nova família e precisa conciliar suas responsabilidades e obrigações como pai.

Deixo claro que não li os dois livros bases para o roteiro, portanto não posso avaliar o nível e a qualidade do trabalho de adaptação. Me chamou a atenção, no entanto, um leve deslocamento melodramático antes da conclusão da trama, com um grande número de closes em torno de
Chalamet para destacar a dificuldade e a luta contra o vício. Fico pensando se foi isso que tirou as chances do filme no Oscar, já que a Academia historicamente não gosta dessa estruturação – com raras exceções (Bohemian Rhapsody é uma delas).

Beautiful Boy provavelmente terá um impacto mais acentuado em quem conviveu com alguma pessoa ou conhece alguma história de luta contra o vício. Isto não impede, de toda forma, a apreciação do trabalho de van Groeningen e a bela atuação do elenco.

NOTA: 7/10

IMDb

 

 

 

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