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Serenity (Calmaria) - Crítica do filme

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Serenity (Calmaria) – 2019

Um desastre anunciado! Serenity (Calmaria, no Brasil) é o pior filme das carreiras de Matthew McConaughey e Anne Hathaway. Se não fosse o bastante, o longa vem gerando enorme controvérsia nos Estados Unidos pela estratégia de marketing da Aviron Pictures, que simplesmente desistiu de investir na promoção do filme por conta da péssima repercussão entre críticos e público. O longa dirigido por Steven Knight, aliás, ficará conhecido por um destaque bem negativo: o pior plot twist de um filme de grande orçamento.

Baker Dill (McConaughey) é um pescador que vive e trabalha em uma pequena ilha. Certo dia ele recebe a visita de sua ex-esposa, Karen (Hathaway) que faz uma proposta indecente: levar seu marido, o gangster Frank (Jason Clarke), para uma tarde de pesca, atirar ele para os tubarões e lucrar 10 milhões de dólares. O motivo para tamanha maldade? o fato de que Frank abusa da mulher e do filho fruto de seu relacionamento com Dill.

Essa sequência inicial – que até poderia ser alvo de um film noir – aos poucos é destruída pela proposta de ridicularização que ganha cada vez mais espaço a partir dos quarenta minutos de rodagem. Não pretendo entrar no mérito do plot twist proposto pelo filme nesta crítica. Sinto-me confortável apenas em considerar esta como um disparate que brinca com a boa fé do público que foi até o cinema prestigiar o filme. Se fosse algo inteligente ou mesmo minimamente arquitetado com o roteiro, seria bem mais fácil de aceitar. Mas a proposta joga personagens em cenas incompreensíveis e cria uma realidade paralela estrambólica. Os protagonistas são estereotipados ao extremo, o diálogo é digno de filme B e a péssima edição (com cortes constrangedores) apenas tornam a experiência final abominável. Resumindo: não se aproveita nada. E neste sentido, até penso que em um futuro próximo alguém se interesse por este longa para estudar a construção e argumentação a partir da lógica de “é tão ruim que é bom”. A exploração de tomadas sem relevância alguma (especialmente nas cenas de nudez e sexo) acentua a dificuldade de contar a história, apostando na imagem do elenco. Aliás, a disputa deles com a Aviron é compreensível. Um ator ou atriz não quer ficar com o currículo manchado com um filme que é fracasso tanto na crítica quanto na bilheteria. A distribuidora, por sua vez, nota que não existe espaço para melhorar a imagem do longa, motivo de chacota desde o seu lançamento, e não colocou dinheiro para pagar propagandas e também não autorizou o tradicional esquema que envolve o lançamento de um filme, com participação de atores em talk show, por exemplo.

Fato é que 2019 acaba de iniciar e Serenity já é forte competidor para ficar com a faixa de pior filme do ano lançado nos cinemas. A grande pegunta, no entanto, é a seguinte: o que passou na cabeça dos executivos que aprovaram este roteiro? Mais: será que Matthew e Anne não perceberam que a proposta é bizarra? Ao menos uma coisa é certa: Hollywood sabe investir em grandes nomes não é mais sinônimo de boa bilheteria, e esta é a prova disso. Caso tivesse lançamento direto em uma plataforma de streaming como a Netflix, talvez a repercussão não seria tão negativa.

NOTA: 2/10

IMDb

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