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Guerra Fria - Crítica do filme polonês Cold War

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Cold War \ Guerra Fria (2018)

Durante o Oscar 2015, tive a oportunidade a acompanhar a conferência dos diretores indicados ao prêmio de língua estrangeira. No ano em que Ida venceu, troquei algumas palavras com seu diretor, Pawel Pawlikowski. Fiquei impressionado com sua paixão e pela busca de um cinema original, sem se curvar para as tendências de Hollywood. O uso do preto e branco, por exemplo, que torna-se um impeditivo para ampla distribuição de um filme, é visto como um complemento perfeito para suas narrativas. Neste sentido, Zimna wojna (Cold War no mercado internacional e Guerra Fria, no Brasil) é um longa que tem como sua principal virtude o desenvolvimento de dois personagens dentro de um contexto extremamente conturbado, proporcionando idas e vindas com uma conclusão inesquecível.

Wiktor (Tomasz Kot) é um compositor que está na coordenação de um musical organizado pelo governo polonês para rodar o país, destacando a rica cultura nacional. Durante o processo de seleção, ele se interessa por Zula (Joanna Kulig), uma tímida moça que tem um passado obscuro, já que os rumores dizem que ela matou seu próprio pai. Em 1949, com a forte pressão do bloco comunista, Wiktor é obrigado a adicionar o culto a personalidade em suas temáticas, mas nega por acreditar que tal ato seria uma afronta a seus valores pessoais.

Durante os 85 minutos de duração, a proposta é acompanhar a vida de Wiktor e Zula durante quinze anos. Apaixonados, eles tomam rumos diferentes em suas vidas, e cada reencontro é motivo para uma renovação da paixão firmada anteriormente. De Varsóvia para Berlin, Zagreb e Paris – o elo de ligação do casal é preservado, ainda que cada um tenha encontrado outros parceiros.

Pawel inspirou-se na história de seu pais para registrar os encontros e desencontros marcados por um cenário político agitado no continente europeu. Acredito que o diretor poderia ter utilizado mais tempo para discutir conceitos importantes como a ideologia para então aplicar dentro da vida de seus dois protagonistas, comparando visão de mundo e objetivos. De certa forma, Guerra Fria parece apressado e deixa essa impressão mais clara quando promove cortes bruscos que avançam cinco anos na história, deixando de lado a rica chance de avaliar a ruptura stalinista ou a propagação das ideias esquerdistas em Paris.

Guerra Fria é favorito ao Oscar de língua estrangeira por vários motivos: tem o formato da Academia, uso impecável do preto e branco, seleção musical competente e história que transita entre o drama e romance. Será difícil tirar o prêmio de Pawel.

* Festival do Rio 2018

 

NOTA: 7/10

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Guerra Fria
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