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I, Tonya (Eu, Tonya) - Crítica do filme

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I, Tonya (Eu, Tonya) – 2017

A narrativa proposta pelo diretor Craig Gillespie em I, Tonya (Eu, Tonya – no Brasil) agrada por fugir do convencional. Geralmente os dramas esportivos optam por dois rumos bem distintos: ou os produtores investem em tramas ao estilo Disney, com um final bonito e feliz, ou seguem o caminho emocional, mostrando altos e baixos da vida/carreira de determinada pessoa com foco nos momentos difíceis. I, Tonya trata de expandir essa última categoria a partir de várias quebras da quarta parede, contando de forma bem humorada algumas das polêmicas da ex-patinadora estadunidense Tonya Harding.

Com Margot Robbie (que também assina seu primeiro crédito de produtora) no papel principal, o filme propõe ao espectador conhecer a história de Tonya seguindo duas linhas: a primeira é a da história tradicional linear; a outra é a partir de entrevistas (dramatizadas) com figuras-chave da história analisando justamente os episódios do passado. Essa combinação é boa por dosar bem o humor.

Tonya teve certa popularidade nos Estados Unidos – mas seu auge, na verdade, ocorreu por conta de um episódio envolvendo sua colega de profissão, Nancy Kerrigan’s (Caitlin Carver), alguns meses antes das Olimpíadas de inverno de 1994. É claro que esse fato é o gran finale, mas ele só tem relevância dentro do filme pela boa contextualização e sustentação do elenco de apoio, especialmente nos personagens Lavona (Allison Janney, na melhor atuação de sua carreira), mãe de Tonya, e Jeff (Sebastian Stan), que foi marido da atleta durante os anos analisados no filme.

As cenas de patinação são boas (a dublê de corpo de Robbie foi excelente, mas faltou capricho no CGI e na edição para fazer determinadas transições), mas o mais relevante é ver a composição geral criada por Gillespie para entender um pouco do próprio perfil explosivo de Tonya, que durante anos reclamou de perseguição por ser uma espécie de ovelha negra dentro de sua federação de patinação. Para o diretor, o relacionamento de Tonya com sua mãe, por exemplo, explica o motivo por ter mantido o casamento com um homem que lhe batia e abusava de seu emocional. Na verdade, as grandes cenas do filme estão nessa ponte Robbie – Janney – Stan, que formam um triângulo de discórdia responsável por interromper a carreira de uma mulher que foi criada desde pequena para a patinação.

I, Tonya pode render a Robbie uma nomeação ao Oscar, algo que acredito que Janney vai conseguir com naturalidade, entrando na corrida como uma das favoritas.

NOTA: 7/10

IMDb

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