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Um Homem Chamado Ove - Crítica do filme

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En man som heter Ove (Um Homem Chamado Ove) – 2015

Até a década de 1980 o cinema sueco destacava-se como uma das principais escolas europeias, muito por conta da influência de nomes como Ingmar Bergman, Jan Troell e Bo Widerberg. Com o investimento dinamarquês e a boa geração norueguesa, os cineastas da virada de século não conseguiram manter o elevado padrão de qualidade sueco. En man som heter Ove (Um Homem Chamado Ove, no Brasil) é um esforço conjunto da Nordisk Film (que conseguiu divulgar muito bem o filme em território americano) junto do diretor Hannes Holm para adaptar um dos maiores sucessos literários da última década no país – o livro homônimo de Fredrik Backman.

Ove (Rolf Lassgård) é um idoso bastante metódico. Sua rotina começa com uma ronda pelo complexo onde habita (com rígidas leis formuladas na época em que ele era presidente da associação de moradores). Ranzinza e com forte tendência anti-social, ele planeja seu suicídio para ficar junto de sua amada esposa, Sonja (Ida Engvoll), que faleceu meses atrás. Mas seus planos são constantemente interrompidos pelos vizinhos, especialmente pela família da iraniana Parvaneh (Bahar Pars), que recém chegou ao local.

Holm – também responsável pelo roteiro – constrói uma boa história ao investir seu tempo em uma série de flashbacks que nos contam sobre o passado de Ove. Eles são fundamentais para entender o quanto Sonja foi importante em sua vida – e justificam sua profunda solidão. O livro de Backman tem um forte apelo aos contos de Charles Dickens, e é interessante notar que a narrativa é formada por um andamento que privilegia ao máximo a relação do espectador com a história apresentada, já que ficamos íntimos dos personagens a cada minuto da rodagem do longa. São pequenas passagens secundárias (como a paixão de Ove pelos carros da Saab e sua rivalidade com o vizinho que dirige um Volvo) que deixam o ritmo geral com um ar leve, que é necessário para fazer a transição do Ove rabugento e suicida para um homem aberto, que resgata ideais de sua juventude.

A rara personalidade de Ove é o que torna o filme uma excelente opção para quem busca uma comédia com forte base no drama. Um Homem Chamado Ove está na pré-lista do Oscar de melhor filme estrangeiro. Pode ser um empurrão para quebrar com a noção de que o cinema sueco depende exclusivamente do drama para sobreviver. A qualidade da atuação de Rolf Lassgård aliada a uma produção muito bem construída (com maquiagem e fotografia de primeiro nível) torna este uma das grandes produções nórdicas dos últimos tempos.

NOTA: 7/10

IMDb

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