Maior surpresa nas nomeações do Spirit Awards de 2017, Chronic é um filme que ganha vida a partir de uma atuação brilhante de Tim Roth. Vencedor do prêmio de melhor roteiro em Cannes (2015), o longa de Michel Franco trata da dor tanto na questão física quanto na questão mental, e coloca o espectador no papel de juiz para decidir sobre a interpretação de um final impactante.
David (Roth) é um enfermeiro que cuida de pacientes terminais. Com algumas turbulências no campo pessoal, ele trata de dar a maior atenção possível a todos que conhece. Mas o enorme peso que carrega em seus ombros e toda a pressão da profissão começam a alimentar uma bomba invisível que afeta seu emocional.
Tim Roth foi um dos atores britânicos mais celebrados no começo da década de 1990. A recente perda de espaço em Hollywood (com vários papeis secundários) infelizmente não condiz com seu enorme potencial. E justamente nessa pequena produção que ele consegue demostrar toda sua capacidade, em uma atuação emocionante. David é um loner, com pouquíssima interação fora de seu trabalho.
A grande dificuldade, no entanto, está no equilíbrio do roteiro. Os trinta minutos iniciais geram boas dúvidas sobre as motivações de David. Sem nenhuma ambição aparente, toda a montagem privilegia aspectos cotidianos que seriam resgatados nos instantes finais – que deixam várias situações abertas, sem respostas satisfatórias. Tim Roth é a alma Chronic. Infelizmente isso não é o suficiente para apagar as falhas marcadas por uma enorme vontade de voltar sua atenção para um personagem muito peculiar. Uma boa opção de drama para quem busca um filme que abuse da subjetividade para ganhar notoriedade.
NOTA: 6/10
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