Primeiro filme dirigido por Corin Hardy, The Hallow (A Maldição da Floresta, no Brasil) é um filme que mescla cenas extremamente originais com clichês batidos e rebatidos no gênero terror nos últimos vinte anos.
Adam (Joseph Mawle) é um pesquisador londrino que vai com sua família para o interior da Irlanda para investigar uma floresta – apesar da resistência e de frequentes avisos de Colm (Michael McElhatton). Eles acabam descobrindo que uma espécie mutante vive no local, com aparente desejo de capturar seu filho recém nascido.
A trama é bem conduzida, mas ainda assim peço a licença ao leitor para dividir o roteiro em dois. O primeiro é o estabelecimento dos personagens e do ambiente geral. Aqui temos uma interessante construção, com pequenos elementos simbólicos que viram chave para a conclusão. A partir do momento em que os mutantes entram de vez na história, a sensação clara é de que falta um fio condutor que consiga resgatar os bons momentos iniciais. É nesse momento que a fotografia volta-se apenas para a escuridão, na tentativa de capturar a angústia e desespero da família.
Mas a grande estrela do filme é McElhatton, que ocupa a tela por poucos minutos. Em um exemplo claro de coadjuvante que rouba a cena, sua história é muito bem articulada, e o papel de antagonista ‘humano’ é explicado de forma chocante. Senti falta do mesmo cuidado para Mawle: a última impressão é de que por ele estar envolvido diretamente na narrativa principal, seu background seria dispensável. Por conta desse tipo de desequilíbrio, infelizmente The Hallow entrega uma experiência final superficial. Existe um direcionamento exagerado para o clímax do filme, que gera uma enorme frustração. Os fãs do gênero, no entanto, devem ter um prato cheio com a produção independente, que definitivamente tem seus acertos.
NOTA: 5/10