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Demônio de Neon - Crítica do filme

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The Neon Demon (Demônio de Neon) – 2016

Nicolas Winding Refn é um diretor que peca pela sua autoconfiança – muito além do limite aceitável para o cinema. Desde o sucesso de Drive (2011), sua vaidade aumentou meteóricamente, e reflete-se na qualidade de seus filmes, com roteiros que abusam de simbolismos superficiais. Neste sentido, The Neon Demon (Demônio de Neon, no Brasil) pode ser categorizado como um longa ‘ame ou odeie’, com reflexões propostas em segundo plano, com amplo destaque para a fotografia em formato anamórfico, com abuso da paleta de cores (ressaltadas com contrastes).

Jesse (Elle Fanning) é uma jovem que chega à Los Angeles cheia de sonhos. Órfã, ela sonha em se tornar modelo e conta com a ajuda de Dean (Karl Glusman) para criar seu book fotográfico. Após ser aprovada em uma agência, ela conhece Ruby (Jena Malone), maquiadora que propõe uma amizade logo no primeiro contato, e duas mulheres que também lutam para crescer na carreira de modelo – Gigi (Bella Heathcote) e Sarah (Abbey Lee). Após o famoso fotógrafo Jack (Desmond Harrington) aceitar realizar um book da jovem e um designer fechar o desfile de sua coleção com a presença de Jesse, inveja e tensão tomam conta do ambiente, já que Gigi e Sarah parecem não acreditar na rapidez com que a menina chegou ao topo.

A narrativa proposta por Refn conta com vários pontos de interesse, sendo que a inocência de Jesse frente ao competitivo mercado da moda e a atenção em torno de sua beleza são os que mais ganham tempo na tela. Ainda assim, é possível acompanhar o progresso da protagonista, que aos poucos começa a entender o difícil meio de moda. O ponto alto do filme está na trilha de Cliff Martinez, que acompanha a edição de forma muito interessante. A partir de metáforas, o diretor visa escancarar a realidade em torno do mundo da moda.

As falhas são várias: a atenção na variação de tons claros e escuros retira o peso da história na tentativa de tornar o filme esteticamente belo. Com isso em mente, recursos são utilizados para encher a tela (como a invasão de um tigre) – com seu potencial avaliado de forma subjetiva pelo público. The Neon Demon, apesar de apresentar uma refinada técnica de fotografia, peca por levar ao público uma sátira pós-moderna sobre a beleza extremamente vazia. O filme, no entanto, deve agradar um nicho bem específico de cinéfilos – seja pelo interesse nas obras de Refn ou pelo desafio de juntar as peças para solucionar o quadro proposto.

* The Neon Demon está disponível na Amazon Video

NOTA: 5/10

IMDb

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