Quem acompanha a cobertura do Oscar 2017 aqui no site já sabe que todo ano os estúdios definem seus filmes ‘Oscar worthy’ – que geralmente ocupam a faixa de lançamento ‘privilegiada’ (de outubro até fevereiro). Cabe ressaltar, no entanto, que aposta é muito diferente da realidade. Ano passado, Leonardo DiCaprio aparecia como forte candidato ao prêmio da Academia junto de Johnny Deep (por Black Mass).
Ou seja, essa lista visa identificar os grandes candidatos – ao menos no plano teórico – levando em conta fatores como recepção, distribuição, marketing e data de lançamento nos Estados Unidos. Dito isso, separo sete fortes nomes para a temporada do Oscar. E divido em três faixas (fortes concorrentes, candidatos com prestígio e possíveis surpresas).
Fortes concorrentes:
Casey Affleck, em Manchester by the Sea – Affleck andou na sombra de seu irmão por vários anos. A indicação ao Oscar em 2008 não teve grande influência em seus projetos posteriores, com uma coleção de erros. Em Manchester, Affleck parece ganhar mais uma chance de redenção – que pode dar trilhos mais fortes para sua carreira.
Nate Parker, em The Birth of a Nation – Apesar da polêmica em torno do filme, o fato é que a atuação de Parker agradou a todos que tiveram acesso antecipado ao longa em Sundance, Deve ser a grande resposta da Academia para a falta de representatividade questionada neste ano.
Andrew Garfield, em Silence – Um dos filmes mais aguardados da temporada, Silence parece ter em Garfield seu protagonista.
Prestigiados:
Denzel Washington, em Fences – Com enorme popularidade dentro da Academia, Washington aparece como fortíssimo candidato ao prêmio. As informações prévias de Fences são as melhores possíveis.
Possíveis surpresas:
Dev Patel, em Lion – O longa de Garth Davis foi a surpresa no cronograma da Weinstein Company, que apostará pesado no marketing e distribuição, com previsão de lançamento nos EUA em novembro.
Joel Edgerton, em Loving – Classificado como ‘Oscar-bait’ em Cannes, Loving tem uma história típica de filme que ganha apenas indicação para atuação. Não seria surpresa ver Edgerton na cota de indicação independente ao Oscar.
Michael Fassbender, em The Light Between Oceans – Fassbender é um dos atores mais requisitados de Hollywood – e não é para menos: com duas indicações ao Oscar nos últimos três anos, The Light Between Oceans – caso bem executado – pode ajudar também a desfazer a imagem de que a Academia não aprova romances PG-13.
Outras observações:
Pelas informações internas que recebo de Hollywood, as primeiras sessões internas de avaliação de The Founder tiveram reações bastante controversas, o que explica a decisão de levar o lançamento de agosto para dezembro, com mais tempo na sala de edição. O fato é que a Weinstein Company continuará apostando pesado em Michael Keaton.
Recentemente, um leitor fã de Woody Harrelson me perguntou sobre as chances do ator ser premiado por LBJ. Apesar de acreditar no potencial do projeto, não posso deixar de relacionar essa produção com All the Way, na qual Bryan Cranston brilhou (e deve receber com louvor o Emmy de sua categoria). Por conta disso, o projeto dirigido por Rob Reiner pode virar apenas mais um filme interessante em um mar de filmes bons. Sully, de Clint Eastwood, é uma grande interrogação na temporada. Todas as parcerias anteriores indicadas ao Oscar de Clint junto da Warner tiveram lançamento na janela de dezembro. O fato da estreia ser em setembro, levanta questões.
Favorito do público, Bryan Cranston depende de Wakefield para conseguir mais uma indicação. Após o fracasso com The Sea of Trees e a má recepção do outrora favorito Free State of Jones, Matthew McConaughey tem nova chance com Gold, reposicionado para dezembro.
Ainda nesse mês continuaremos tratando sobre as apostas dos estúdios para o prêmio de melhor atriz.
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