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Kapringen (Sequestro) – 2012

Kapringen (Sequestro, no Brasil) foi responsável pela consolidação da carreira de Tobias Lindholm como diretor, além de levar Pilou Asbæk ao posto de grande estrela do cinema dinamarquês. Fonte de inspiração para Paul Greengrass rodar Captain Phillip, o filme tem uma proposta interessante, mas esbarra nas quebras propostas pelo roteiro, que deixam a tensão de lado para explorar problemas pessoais.

Baseado nas histórias reais de sequestros de navios dinamarqueses por piratas,  um grupo de somalis invade uma embarcação – que não carrega nada de valor a não ser a vida de seus tripulantes. Na capital dinamarquesa, Peter Ludvigsen (Soren Malling), dono da empresa que teve o navio atacada, monta uma estrategia para negociação com os piratas, através de Omar (Abdihakin Asgar), porta voz do grupo. O cozinheiro Mikkel (Pilou Asbaek) atua como uma espécie de mediador.

A progressão de roteiro proposta por Lindholm infelizmente compromete uma experiência completa do drama dos sequestrados. Duas são as razões: em primeiro lugar, existe a tentativa de intercalar três pontos de vista sobre a mesma crise (tripulação, negociadores e famílias desesperadas). Essa falta de foco é nítida, e apenas acentua-se na medida em que o diretor pula trinta ou quarenta dias como se o que estivesse acontecendo com Mikkel e cia não fosse sério. Os problemas físicos e psicológicos herdados pela pressão diárias dos piratas e pelo medo da morte, portanto, carecem de contexto básico e são empurradas apenas pela figura caricata dos piratas e pelas dificuldades de alimentação e até mesmo de higiene. No meio disso tudo, Kapringen ainda consegue entregar um punhado de boas cenas, graças a pesquisa feita por Lindholm junto do auxílio de especialistas de negociação, que mostram o acentuado nível de dificuldade de negociação com piratas apenas interessados em obter a maior quantia possível de dinheiro.

Asbaek tem a dura tarefa de carregar seus companheiros nas costas. Como um ator de ponta, ele sabe organizar as soltas transições propostas pelo diretor de forma suave, sem culpa alguma pelas falhas de escrita. Kapringen é um bom thriller, que veio para entrar na lista da ótima safra de filmes nórdicos dos últimos quatro anos. Comparado com o filme mais recente de Tobias Lindholm – Krigen, indicado ao Oscar de longa estrangeiro – fica clara a evolução e o refinamento de sua direção.

NOTA: 6/10

IMDb

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