Os curtas de animação estão entre as categorias mais desprezadas do Oscar. Entra ano e saí ano, temos pérolas (como The Dam Keeper) que infelizmente não recebem o reconhecimento devido. We Can’t Live without Cosmos é uma linda mensagem vinda da Rússia sobre união e dor – levada ao público através de uma trilha sonora fenomenal, que justifica por completo a ausência de diálogos.
Indicado ao prêmio da Academia de sua categoria, a história trata sobre dois irmãos que realizam o grande sonho de suas vidas. Ambos são cosmonautas, e se preparam para o lançamento de uma missão no espaço. Apenas um deles terá a chance de servir seu país, mas o clima não é de disputa. Pelo contrário, existe uma torcida imensa do irmão que fica no centro de comando. No entanto, o pior acontece: uma explosão trata de enterrar todos os planos. Para a agência especial, o luto dura pouco, uma vez que horas depois eles já estão com um substituto no caminho.
Mas a dor do irmão que ficou na terra e viu tudo com seus próprios olhos é imensa. O livro que simboliza a união deles (e que dá título à animação) é a última imagem transmitida pelas câmeras. A partir daí, o sentimento de luto é generalizado. As fotos trazem momentos que jamais serão repetidos. No ar, um sentimento de perda. É então que o diretor Konstantin Bronzit dá um passo adiante e usa todos os recursos de sua sutil e ingênua animação para contar o desfecho surpreendente de sua breve história.
Em décadas anteriores, seria difícil desvincular este tipo de produção da propaganda soviética, que clamava pela superioridade de seus homens no espaço. Um dos grandes trunfos de We Can’t Live without Cosmos é saber lidar com a temática sensível (em nenhum momento uma bandeira de país é mencionada e não existe apelo ideológico). Uma grande surpresa!
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NOTA: 8/10
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