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Creed (Creed: Nascido para Lutar) – 2015

Creed (Creed: Nascido para Lutar, no Brasil) surgiu a partir de uma conversa informal entre Stallone e executivos da MGM interessados em colocar Rocky Balboa e mais um filme. Na metade de 2013, foi acordado que o projeto de Rocky VII seria abandonado para dar lugar a história de Adonis Johnson Creed (Michael B. Jordan), filho de Apollo Creed, que buscava realizar o sonho de seguir carreira no boxe. Do anúncio até o lançamento deste longa, uma série de dúvidas pairaram no ar, sendo que boa parte delas duvidavam do potencial da produção, já que Balboa, desta vez, seria secundário. Até mesmo o orçamento de 35 milhões de dólares virou alvo de discórdia dentro de Hollywood.

O roteiro divide-se em dois momentos. Inicialmente, somos apresentados ao jovem Adonis, que desde pequeno enfrentou problemas por ser agressivo e violento. Após ser acolhido por Mary Anne Creed (Phylicia Rashad) em um reformatório, o menino descobre que era filho da lenda do boxe e vira herdeiro de uma fortuna. Cerca de vinte anos mais tarde, Adonis tem um emprego estável em uma boa empresa mas não anda contente. Boxeador amador sem nenhuma derrota no Cartel, ele busca reconhecimento pelo seu próprio esforço, e tenta esconder ao máximo o nome de seu pai. Ele pede ajuda para Rocky (Stallone), buscando um empurrão extra. Só que o mundo do boxe profissional, logo trata de desvendar sua identidade real para promover lutas e buscar dinheiro. Dois são os desafios para Adonis: manter o legado de seu pai, ao mesmo tempo que ele precisa provar para si mesmo e para o mundo que pode viver de seu próprio sucesso.

Sylvester Stallone está incrível! Sua atuação impecável e digna de nomeações justifica-se pela qualidade e maturidade do personagem apresentado na tela. Existe, é claro, toda a carga emocional em torno de Rocky Balboa, e Syl aproveita-se disto para moldar o legado de um ex-campeão que passa por várias situações novas em uma vida que estava impregnada de uma rotina que não tinha nada de interessante. Confesso que, a esta altura da carreira, dificilmente pensaria ver Stallone voltando ao topo, especialmente com um personagem coadjuvante. A seleção de Jordan, em um primeiro momento, justificou-se pelo sucesso em Fruitvale Station, parceria com o diretor Ryan Coogler, que desempenha fez uma montagem que não deixada nada a desejar para o filme vencedor do Oscar de melhor longa em 1977. É bastante interessante notar a desenvoltura e o amadurecimento de Adonis perante nossos olhos, tanto no nível técnico quanto nas questões pessoais.

As cenas de ação dentro do ringue certamente são as melhores que já vi em um filme de esporte. E digo isto também mirando um aspecto geral e técnico. A movimentação das câmeras é perfeita, a captação e corte de tomadas consegue trazer todo o drama do boxe – desde os golpes de efeito até os devastadores cortes e sangramentos. A produção preocupou-se em dar um toque de realismo ao preencher os papéis secundários com nomes populares do Boxe e do MMA, como Stitch, Tony Bellew, campeão de cinco cinturões em sua categoria, e do campeão olímpico Andre Ward. A trilha sonora, que sempre foi um diferencial da série Rocky, mantém o alto estio com Ludwig Göransson, parceiro de estrada de Coogler.

A tomada final da subida nos Rocky Steps encerra o longa com chave de ouro. Não foi necessário um final feliz, e o mérito maior está no fato de que Creed é imprevisível, ao contrário de Southpaw, por exemplo. Este é um dos melhores filmes de 2015, e os produtores têm nas mãos a possibilidade de tornar essa produção como a primeira de uma saga de sucesso, algo extremamente raro em se tratando de spin-offs.

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NOTA: 9/10

IMDb

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