The Judge (O Juiz, no Brasil): uma das maiores decepções do ano!

É inegável que Robert Downey Jr. e Robert Duvall formam uma dupla de protagonistas de peso. Aliás, muito se falou que este filme teria tudo para chegar ao Oscar 2015 com chances de levar pelo menos um grande prêmio. Como sempre digo, se elenco estrelado fosse sinal de bom filme, Mars Attacks! seria alvo de vários elogios. Não posso deixar de mencionar a ilustre presença de Vera Farmiga e Billy Bob Thornton no elenco de apoio (ambos bem acima dos protagonistas, por sinal).

Downey Jr interpreta Hank Palmer, um dos mais bem sucedido advogados de Chicago. Filho do famoso juíz Joseph (Duvall), seu mundo vira de cabeça pra baixo quando seu pai é acusado de atropelar e matar um homem. O quebra-cabeça começa a ser resolvido quando descobrimos que a vítima era um ex-presidiário cujo Joseph nutria um profundo ódio.

Curiosamente, o público americano recebeu o filme de forma muito mais receptiva do que os críticos. O problema é que ao comparar The Judge com qualquer outro courtroom drama, fica claro que o longa dirigido por David Dobkin tem várias dificuldades, das quais cito; 1) falta de uma história comovente e/ou cativante; 2) falta de um desfecho satisfatório e/ou surpreendente (isso se dá também pelo item 1); 3) falta de carisma dos protagonistas; e 4) desequilíbrio do caso apresentado para o juri, já que os argumentos, apesar de válidos, não convencem nem o espectador.

O fato que é a ainda mais surpreendente diz respeito a falta total de tensão nas cenas do tribunal! Se filmes como Twelve Angry Men construíram um legado a partir de reviravoltas e confusão, a decisão de fazer algo linear me chocou, já que a história poderia ser muito promissora. Os flashbacks são mal aproveitados – e nem mesmo o roteiro consegue escapar tamanha falta de capricho dos produtores.

Acredito que o final feijão com arroz garantiu o sorriso da maior parte do público que foi ao cinema. Sem nenhuma chance para Oscar.

NOTA: 4/10

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