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Fitzcarraldo - 1982 - Movie Reviews by Dalenogare

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Fitzcarraldo – 1982

Dias atrás, meu amigo e crítico Richard Roeper proclamou uma frase que me deixou pensando por certo tempo. Em seu podcast, ele dizia que após Roger Ebert morrer, todos os críticos de cinema deste mundo têm graves falhas no currículo. Cabe reconhecê-las com humildade e buscar se aprofundar cada vez mais. Não tive dúvidas: peguei um caderno e comecei a elencar todos os filmes que gostaria de ter visto mas que deixei de lado por uma série de fatores. Fitzcarraldo, de Werner Herzog, estava no topo.

Apesar de deixar clara minha admiração por este diretor alemão, vários desencontros marcaram minha relação com este filme. Após terminar a exibição, fiquei com aquela sensação clássica, do tipo “como eu não vi este filme antes?”. Todo ambiente criado em cima do personagem interpretado por Klaus Kinski é autêntico e over the top. Peço licença ao leitor para não me prender nas questões referentes a produção do filme, já que tratarei sobre elas quando a crítica do documentário Burden of Dreams for publicada aqui no site.

Fitzcarraldo foi um dos filmes mais bonitos que já vi, muito por conseguir aliar uma natureza exuberante com um protagonista excêntrico. Você nunca sabe o próximo passo de Brian Sweeney Fitzgerald (Kinski), um homem que busca realizar o sonho de construir uma casa de ópera no meio da floresta amazônica. Para captar recursos, ele se aventura no ciclo da borracha e compra um barco para explorar regiões hostis da mata peruana.

O diferencial de Fitzcarraldo mora na construção do mito criado em cima do personagem protagonista. O olhar obsessivo de Kinski, um espelho da personalidade de Herzog, é rodeado de cenas que trabalham com perfeição sua consolidação como um homem único em seu meio. Sua garra e coragem anulam completamente o medo do desconhecido. Brian Fritzgerald não segue etiquetas, veste a mesma roupa e não liga para sua sujeira cotidiana. Ele busca apenas seu sonho. A clássica cena do içamento de seu barco deixou muito claro isto. Herzog poderia apenas ter seguido a história real de Carlos Fitzcarrald (base para o filme), mas fez modificações e adaptações pontuais para entregar com louros.

Ultra recomendado!

NOTA: 9/10

IMDB

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