Walt Disney morreu em 1966, mas deixou um legado de projetos em aberto que foram tocados pela sua grande equipe ao longo das décadas seguintes. Um deles foi The Jungle Book (Mogli – O Menino Lobo, no Brasil), lançado um ano depois de sua morte.
O projeto de fazer a conexão entre homem e natureza foi muito discutida por Walt após o lançamento de One Hundred and One Dalmatians, em 1961. Bill Peet, lendário nome por trás da criação de filmes como Cinderella e Peter Pan sugeriu levar as telas uma história que não apenas desse voz aos animais, mas que também mostrasse um contato amigável com o ser humano. O lançamento de The Sword in the Stone (A Espada Era a Lei) apesar de feito algumas inovações, não foi o suficiente. As duras críticas e o baixo lucro do longa fizeram Disney pensar como tratar esta relação. Não se sabe como ele teve acesso a obra O Livro da Selva, uma coleção de contos do escritor inglês Rudyard Kipling, mas todos seus biógrafos garantem que por três anos Disney ficou obcecado com a ideia de colocar uma pessoa na natureza selvagem.
O filme dirigido por Wolfgang Reitherman, um dos chamados “nove anciões da Disney” é belo em todos sentidos. Além das cores vivas da animação, toda a floresta tem vida e todos seus integrantes são muito bem retratados.
O menino Mogli foi abandonado em um cesto em uma densa floresta da Índia. A pantera negra Bagheera descobre o menino e logo o entrega para uma mamãe lobo que ainda alimentava sua nova ninhada. Ele é criado no meio dos bichos, e, dez anos mais tarde, já está totalmente adaptado a sua nova casa. Certo dia chega a informação que Shere Khan, um tigre-de-bengala devorador de homens, estava retornando a floresta, e os lobos fazem pressão para Mogli abandonar de vez o local e se refugiar em uma aldeia com outro humanos. Obviamente o garoto não aceita a ideia e percorre a floresta, onde conhece simpáticos elefantes liderados pelo coronel Hath, a maldosa cobra Kaa, que tenta comer o garoto a todo custo, o misterioso reino do macado rei Louie, que sonha em ser um homem e o engraçado e desajeitado urso Baloo, com quem Mogli desenvolve uma grande afeição e amizade.
A trilha sonora escrita por George Bruns e tocada pela orquestra de Walter Sheets é uma das melhores coisas que surgiu na década de 1960 na área da animação. Todas as músicas são cativantes. A Marcha dos Elefantes, por exemplo, trabalha muito bem com os sons das trombas destes animais para dar ritmo a uma engraçada cena. Já a música da cobra Kaa é muito calma e perfeita para simbolizar a hipnose proposta por este personagem.
Uma animação para todas as idades que nos leva a repensar de maneira leve sobre nossa relação com a natureza.
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NOTA: 8/10
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