Estreou nesta quinta-feira (10/04) nas limitadíssimas sessões cults do Brasil o filme Elle s’en va (Ela Vai), dirigido por Emmanuelle Bercot e estrelado pela incansável Catherine Deneuve.
Bettie (Deneuve) é uma mulher que aos poucos está se entregando para o stress. Além de ser a responsável por um restaurante à beira da falência, ela também divide seu tempo para cuidar de sua mãe e é amante de um famoso empresário. Certo dia uma amiga a avisa de que seu par romântico vai de divorciar de sua mulher, mas que ao invés de se casar com Bettie, ele vai trocar alianças com uma jovem moça. É então que a protagonista decide que não tem nada a perder e dá inicio a uma viagem pelo interior da França.
A grande aposta da cineasta foi tentar dar um novo olhar ao gênero road trip. Ao invés de tomar um caminho próximo de Sideways, onde os protagonistas enfrentam situações adversas e deixam a vida real de lado, aqui a personagem principal busca fazer dos cigarros e das viagens seus bodes expiatórios para os constantes problemas que marcam sua vida. Sim, ela até enche a cara e se envolve sexualmente com um desconhecido (clichê básico). Mas o grande problema de Elle s’en va foi a forma com que o roteiro direciona aos poucos a película para um final muito previsível. A road trip deixa de ser uma experiência individual e passa a contemplar laços familiares quando seu neto entra em cena. Ao mesmo tempo que a protagonista quer dar um novo ar para sua alma, a responsabilidade de cuidar de um parente parece ser muito superior ao espírito de renovação.
Ao final do filme, me perguntei qual a mensagem da diretora. Renovação? União familiar? São as únicas possibilidades de análise para um longa com um elenco competente, mas que peca pelo preciosismo excessivo dos produtores em explorar a imagem de Deneuve.
NOTA: 5/10