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Village of the Damned (A Aldeia dos Amaldiçoados) – 1960

A cena inicial de Village of the Damned (A Aldeia dos Amaldiçoados, no Brasil) é muito boa. Uma barreira invisível se forma e uma pequena cidade da Inglaterra adormece durante horas. O caso fica misterioso após descobrirem que todas as mulheres da cidade engravidaram. A partir daí, o filme deixa de ser racional e passa a se preocupar apenas em aterrorizar o espectador. Existe certa resistência a crítica de filmes que marcaram determinado gênero. Tal afirmativa pode ser comprovada aqui.

O roteiro apresenta falhas memoráveis. Primeiro: todas as mulheres da cidade engravidaram sem nenhuma explicação. Os bebês estranhos, todos com mais de cinco quilos, deveriam ser o grande assunto da cidade, mas as discussões sobre o caso simplesmente não existem. O fato de todos serem parecidos também não incomoda os moradores.

Essa tranquilidade irrita. Os bebês superdotados, na visão dos moradores, são apenas crianças indefesas. Sem imprensa, sem controvérsia. Obra de Deus? Não, o filme nem chega a entrar na questão religiosa, o que poderia dar muito potencial a história. Sem explicação nenhuma, o diretor Wolf Rilla dá um pulo de oito anos no futuro. O que aconteceu durante este meio tempo? Como crianças viveram durante este este meio tempo? Porque os pais continuaram sem desconfiar de nada? Aos poucos as crianças apresentam características malignas e começam a interferir na vida da população, inclusive causando mortes. Mas será que realmente ninguém percebeu os “rolezinhos” do grupo antes?

Certamente alguém poderá dizer que estou levando o longa muito a sério. Só que o problema é que foi justamente esta a proposta de Rilla. Criar uma história sobrenatural plausível. Para fazer tal análise, acredito que estes erros/gafes devam ser expostos. Todas as perguntas que fiz anteriormente são respondidas de forma muito corrida nos últimos 15 minutos de filme, de forma muito aberta (fica claro que o estúdio queria uma sequência). Como disse, o diretor deixou claro que todas as moças e mulheres, jovens ou velhas, engravidaram. Pois bem. Apenas doze crianças são apresentadas na última cena do filme. Uma cidade com doze mulheres? Licença artística? Ou falha de roteiro mesmo?

Village of the Damned pode ser um filme assustador e ter inspirado vários longas sobrenaturais com crianças problemáticas. Mas este fato não pode encobrir os erros de produção de Rilla. Alguns críticos consideraram o remake de John Carpenter um lixo por conta dos vários furos da história. Ora, a base dela é a mesma do longa original analisado aqui. Dois pesos e duas medidas?

 NOTA: 4/10

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