Robert Redford foi um dos heróis da minha infância, considerando que The Natural (1984) foi meu filme favorito por um bom tempo. Adorava ver e rever este grande ator no papel de Roy Hobbs. Quando estava triste ou desmotivado, me lembrada da frase “And then when I walked down the street people would’ve looked and they would’ve said there goes Roy Hobbs, the best there ever was in this game.” Que Redford é um ator completo todos já sabem. All is Lost vem apenas confirmar que até mesmo calado ele é um gênio.
Em um filme com menos de 5 frases, o espectador é convidado a acompanhar a luta do “nosso homem” (nome como é referido o personagem nos créditos finais). Após encontrar uma rachadura no casco de seu barco, tenta de todas as formas possíveis bolar um plano para sobreviver e ser resgatado em alto mar. Escrito e dirigido por J.C. Chandor, que ganhou fama após o ótimo Margin Call (2011), o filme virou favorito dos círculos independentes dos Estados Unidos, chegando a estar em algumas listas das melhores produções de 2013. O fato de Robert não ser indicado ao Oscar não surpreende, já que dificilmente a Academia iria premiar este tipo de filme. A nomeação para edição de som, no entanto, é muito justa. Apesar de entender a proposta do diretor, gostaria de saber mais sobre o passado do nossos homem. Visivelmente, podemos notar que ele é um marinheiro rico e boa pinta. Mas sua tranquilidade frente a morte e seus raros momentos de raiva não podem ser totalmente compreendidos sem a referência a seu background.
A luta pela sobrevivência, tão explorada pelo cinema nas últimas décadas, ganhou uma produção de primeiro nível para as listas deste gênero. Apreensão, emoção e tensão: Chandor mostra que uma produção boa pode ser realizada de forma simples e inovadora. Confesso que ao saber da produção deste filme, no começo do ano passado, temia pelo pior. Cheguei a considerar que o fracasso poderia manchar a carreira de um dos meus ídolos, pois este tipo de produção geralmente tem tudo para não dar certo (confesso fiquei traumatizado após assistir Gerry – 2002). Ufa, que bom que estava enganado!
NOTA: 8/10