A categoria de melhor direção no Oscar 2020 promete! Além do excelente catálogo de filmes com lançamento marcado a partir de setembro nos EUA, algumas questões externas prometem manter a cerimônia em alta. A primeira delas está em torno do reconhecimento das mulheres na direção: no último ano a Academia sofreu pesadas críticas por sequer considerar a nomeação de Marielle Heller (Can You Ever Forgive Me?) e por esnobar completamente You Were Never Really Here, de Lynne Ramsay. É muito provável que essas críticas sejam levadas em conta nesta temporada, até mesmo pela promessa de ótimos trabalhos.
Outra questão está em torno dos estrangeiros: a categoria, outrora dominada pelos estadunidenses, agora está muito mais aberta, com o impressionante dado de sete vencedores de fora dos EUA nas últimas oito premiações. E a surpreendente nomeação de Paweł Pawlikowski no último ano pode indicar quer trazer para consideração diretores estrangeiros de produções estrangeiras.
Essa lista de onze nomes leva em conta essa realidade e foi feita tendo em conta a conjuntura de lançamento do filme e histórico da distribuidora.
Favoritos
Martin Scorsese – The Irishman. A aguardada produção da Netflix fará campanha para todas as categorias do Oscar. Dentro do esperado, a vaga de Scorsese é uma certeza.
Sam Mendes – 1917. A Universal decidiu posicionar o filme na semana do natal – um forte indicativo de que tem noção da grandeza do projeto e que será sua principal aposta no ano.
Terão forte campanha
Taika Waititi – Jojo Rabbit. O principal filme da Fox Searchlights no ano ganha cada vez mais força – com elogios de executivos e o entendimento que será um dos maiores filmes independentes de 2019. Resta saber se a Disney deixará espaço para que a divisão atue com a mesma estratégia de anos anteriores.
Kasi Lemmons – Harriet – Após meses sem informações sobre a produção, o longa ganhou data de lançamento: 1 de novembro. É a grande aposta da Focus nesta temporada.
O caso Sony – provavelmente fará campanha para dois dos quatro abaixo
Quentin Tarantino – Once Upon a Time in Hollywood. Joga contra Tarantino a data de lançamento do filme, que obrigará a Sony a fazer uma campanha de lembrança. Mas é prestigiado na Academia e tem totais condições de superar este obstáculo.
Greta Gerwig – Little Women. Terá lançamento na prestigiada semana do Natal. Aguardada adaptação do clássico de Louisa May Alcott.
Marielle Heller – A Beautiful Day in the Neighborhood. O longa sobre a amizade de Fred Rogers com o jornalista Tom Junod coleciona vários trunfos: temática que agrada a Academia, Tom Hanks no projeto e uma diretora que esbanjou competência em seu último projeto.
Pedro Almodóvar – Dolor y gloria. A Sony garantiu os direitos do filme de Almodóvar por entender que será o candidato espanhol ao Oscar de melhor filme internacional. Só não contava com a disputa interna que o filme terá com Mientras dure la guerra, de Alejandro Amenábar, que teve seu lançamento antecipado.
Os estrangeiros da Neon
Bong Joon-ho – Parasite. A Neon abdicou das chances de posicionar o filme em uma semana mais tranquila para colocar a produção sul-coreana no dia 11 de outubro – competindo com outros nomes de peso. Indica que será um dos principais nomes da distribuidora para o Oscar, provavelmente se inspirando na campanha de Cold War.
Celine Sciamma – Portrait of a Lady on Fire – Como a indicação da França ao Oscar de melhor filme internacional será extremamente disputada, pode se considerar que é uma aposta de risco. O trunfo seria posicionar o filme nesta categoria para então justificar o lançamento em novembro e fazer a ponte para as categorias de direção, roteiro (premiado em Cannes) e fotografia.
Possíveis surpresas
Robert Eggers – The Lighthouse – Terá campanha da A24, que tradicionalmente tem muitas dificuldades para montar suas campanhas para o Oscar por não ter a mesma estrutura das gigantes. Seria uma aposta na qualidade, mas isso não é tudo no Oscar.