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Ben Is Back (O Retorno de Ben) – 2018

Mesmo após um lançamento discreto em Toronto, Ben Is Back (O Retorno de Ben) foi posicionado pela Lionsgate como seu principal filme da última temporada, com grande investimento para tentar algum Oscar. O longa dirigido por Peter Hedges até que apresenta uma temática interessante, mas perde força por conta do teor genérico da narrativa, especialmente em torno dos protagonistas.

Após mais de dois meses, Ben Burns (Lucas Hedges) volta para casa na época do natal. Viciado em opioides, seu retorno é uma surpresa até para sua mãe, Holly (Julia Roberts) – já que a família praticamente havia perdido qualquer tipo de esperança de recuperar o jovem. A luta para continuar limpo, no entanto, acaba atingindo diretamente a família.

O diretor Peter Hedges – pai do protagonista – desenvolve a relação afetiva entre os personagens de Julia a Lucas. O problema é que ele faz isso de forma sequencial e usa de dois arcos narrativos distintos, que nunca conseguem homogeneidade: o primeiro – nos quarenta minutos iniciais – é o do reconhecimento do vício e as particularidades do caso da família Burns; a seguir, é feita uma tentativa de encaixe que leva para as telas relações passadas de Ben, possíveis gatilhos para recaídas e que envolve diretamente todos aqueles que amam Ben. A fotografia de Stuart Dryburgh busca suporte em closes íntimos que tentam harmonizar a monotonia local – um trabalho digno, mas sem grande destaque.

É na dramatização extrema que Ben is Back deixa nítida sua credencial de Oscar Bait – um filme que parece que foi concebido exclusivamente para o Oscar de atuação, seja para Lucas ou Julia. Três cenas são descartáveis do ponto de vista estético e narrativo, mas estão no filme pois valorizam as reações extremas dos protagonistas perante a dor e o sofrimento. É uma pena, pois essa decisão acabou tirando a naturalidade da história, como se o caso fosse atípico.

Mas ressalto que Ben is Back não é um filme ruim – talvez apenas tenha gerado um hype muito maior do que o conteúdo que poderia entregar. Se tivesse lançamento em uma janela fora do Oscar, sua produção provavelmente seria pensada de outro modo. Ainda assim, o filme oferece uma pauta relevante a ponto de tentar fazer o espectador se colocar no papel da personagem de Roberts, trazendo a máxima de que uma mãe faz tudo por um filho – e nunca desiste dele.

NOTA: 6/10

IMDb

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