Não se pode esperar muito de uma produção que se orgulha pelo fato de ter completado a rodagem em apenas sete dias. Mas a qualidade não é o foco aqui, e isso não é problema para A Madea Family Funeral (Um Funeral em Família, no Brasil). O décimo primeiro (e último) filme da franquia repete a mesma fórmula: piadas recicladas em torno do smack talk, roteiro de baixo nível e foco exclusivo em Tyler Perry.
Como é costume, a história não é o forte aqui (na verdade, é um elemento secundário). O interesse é passar por personagens e fazer piadas politicamente incorretas. O “pano de fundo” é um aniversário de casamento que vira um funeral – e abre espaço para segredos de família e a aparição de Madea, Joe, Bam e Hattie.
Apesar do desastre do ponto de vista técnico, quem vai ao cinema assistir Madea sabe bem o que vai encontrar na tela: o puro pastelão. A falta de filtro, o baixo investimento na qualidade e refinamento e a armação de tomadas ao estilo novela tornam o filme de uma hora e cinquenta minutos excessivamente longo, com um nítido remancho que torna a experiência final ainda pior. Mais: o desgaste do personagem é evidente e não existe nenhum tipo de perspectiva de mudança.
Madea, no entanto, pode ser útil para jovens roteiristas, já que é uma perfeita demonstração do que não fazer em um filme. Mas o sucesso nas bilheterias e a distribuição em mercados específicos (como o Brasil) – mostram que ainda existe espaço para esse tipo de produção no cinema – e que também existe interesse do público. É por isso que Perry conseguiu mais de 500 milhões de dólares com a franquia – e também por este motivo acho muito difícil que essa seja a última aparição de Perry com sua criação.
NOTA: 2/10
IMDb