Detainment – O curta mais polêmico dos últimos anos. Em 1993, dois meninos de dez anos de idade pegaram uma criança de dois anos. Na sequência, demonstrando uma frieza extrema, a dupla torturou e matou Jamie Bulger – um caso que ganhou grande repercussão no Reino Unido. O curta de Vincent Lambe é rodado a partir da transcrição das entrevistas com os dois garotos – e chama a atenção pela narrativa direta e pelo estudo dos personagens, envoltos em um ambiente de tensão. Seria o grande favorito – pois nitidamente é a produção com mais técnica e investimento desta lista – mas a pressão da família de Bulguer deve ser o suficiente para o prêmio ir para outro filme. NOTA: 7/10. IMDb
Fauve – O curta de Jérémy Comte deve ser compreendido como uma poesia visual. Mais do que uma história sobre amizade – transmite também uma mensagem forte sobre a necessidade de exploração e descoberta na mocidade. Tem como diferencial uma estrutura que permite observar os dois protagonistas de forma íntima, onde cada movimento e ação faz toda diferença. E é impossível não se colocar no lugar dos meninos – especialmente na situação embaraçosa proposta na história – o que aumenta ainda mais a apreensão. NOTA: 7/10. IMDb
Skin – Violência e vingança. A impressão após acabar de assistir Skin foi a de que o diretor Guy Nattiv poderia ter trabalhado a ideia em um longa, já que a proposta é original e bem argumentada. O curta trata sobre dois meninos – um branco, criado em uma comunidade supremacista – e um negro, vítima de uma covarde agressão que acaba gerando revolta na comunidade negra, que organiza uma retaliação. Os meninos – sem poder algum – apenas acompanham os atos brutais de seus pais, motivados por crenças cegas. Chama a atenção o ótimo trabalho de fotografia e de direção, que promove uma câmera solta como se o espectador estivesse no meio do conflito. NOTA: 8/10. IMDb
Mother – A produção comandada pelo espanhol Rodrigo Sorogoyen chegou aos festivais estadunidenses com considerável atraso, mas foi o suficiente para garantir o apoio da Academia e uma nomeação ao Oscar. Uma mãe recebe a ligação de seu filho, que está na praia. Ela até engata um diálogo normal, mas logo vê seu pior pesadelo ao descobrir que o pai do garoto desapareceu, que a bateria do celular está acabando e que o menino não tem ninguém por perto para lhe ajudar. Infelizmente não consegue sustentar o clima até o final, e fica bem abaixo do esperado. Ainda assim, destaque positivo para a fotografia. NOTA: 5/10. IMDb
Marguerite (foto) – O meu favorito desta lista. Um curta que envolve o público e surpreende com uma interação extraordinária entre a idosa Marguerite (Béatrice Picard) e sua cuidadora, Rachel (Sandrine Bisson). Reflexões sobre passado e presente que fogem da típica diferença de gerações para entrar no campo das ideias e celebrar o amor – em todas suas formas. NOTA: 9/10. IMDb