A Illumination Entertainment apresenta um enorme crescimento nos últimos anos. Mesmo com algumas apostas erradas do ponto de vista técnico, os expressivos resultados de bilheteria comprovam que a empresa já se tornou uma gigante na área de animação – e seus lançamentos anuais agitam a indústria. Com The Grinch (O Grinch, no Brasil) não é diferente. Terceira adaptação feita pela companhia da obra de Dr. Seuss, a produção acerta em cheio ao explorar o passado de Grinch combinando com uma narrativa leve, colorida e engraçada.
Adaptar um livro de apenas 69 páginas e reestruturar uma animação que foi sucesso em 1966 com pouco mais de vinte e cinco minutos de duração é um desafio – e requer, obviamente, a adição de elementos para contornar essa barreira. Esta foi a polêmica em torno de How the Grinch Stole Christmas (2000, de Ron Howard) – e por isto acredito que a maneira respeitosa de tratar a obra de Seuss é o ponto alto da animação que chega aos cinemas.
Todos conhecem a história, certo? O Grinch (excelente trabalho de dublagem de Benedict Cumberbatch) vive no topo do Monte Crumpet com seu fiel cachorro, Max. Ele odeia os Whos e não suporta a comemoração anual do natal feita em Whoville. Neste ano, após notar que sua dispensa ficou vazia, ele vai em busca de comida na cidade e descobre que a festa de natal será três vezes maior. Então o Grinch decide roubar o natal e cria um plano, se vestindo de Papai Noel para entrar na cidade.
Em paralelo, Cindy-Lou Who (Taylor Momsen, em um trabalho extraordinário de dublagem que dá a personagem a mesma voz da animação de 1966) deseja conhecer o Papai Noel para fazer um pedido especial que envolve sua mãe – fato que envolve diretamente o Grinch.
As adições feitas ao texto clássico basicamente envolvem a ampliação da personagem de Cindy e a adição da reninha Fred – uma grata surpresa. O humor característico do estúdio envolve elementos caóticos, em cenas com um desenrolar agradável. Da parte técnica, a ampliação de Whoville é a principal novidade, criando uma pequena cidade extremamente peculiar com um tom positivo que encanta.
A animação, felizmente, mantém o enredo e chega a mesma conclusão proposta por Dr. Seuss e aproxima as crianças desta história tão tradicional. Torço muito pelo sucesso de bilheteria – que poderia ser um empurrão para mais adaptações de textos infantis antigos.
NOTA: 7/10