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Ocean’s Eight (Oito Mulheres e um Segredo) – 2018

Algumas considerações sobre o desempenho de Ocean’s Eight (Oito Mulheres e um Segredo, no Brasil) nas bilheterias devem ser feitas: em primeiro lugar, alguns executivos de Hollywood temiam um fracasso como ocorrido em Ghostbusters – talvez pelo temor do sexismo. Isto não ocorreu – e na verdade o resultado foi tão positivo que já existem planos para uma sequência. Outro ponto interessante é que a recepção fora dos Estados Unidos foi excelente, com resultados dignos de um grande filme da temporada de verão. Ainda assim, não é possível deixar de lado as falhas e a inocência do roteiro proposto por Gary Ross – que atinge a boa fé até mesmo do espectador mais paciente.

Debbie Ocean (Sandra Bullock) deixa a prisão e já pensa em uma possibilidade de ficar milionária. Ela une forças com sua ex-parceira, Lou (Cate Blanchett) para orquestrar o roubo de um colar de diamantes avaliado em 150 milhões de dólares. Para isso, cria uma grande estrutura em torno de um evento de gala que ocorrerá em Nova York com a presença da poderosa Daphne Kluger (Anne Hathaway).

Ocean’s Eight, em suma, resume tudo o que existe de pior no cinema estadunidense: uma enxurrada de product placement, montagem pouco inspirada e péssima construção de personagens (algo que até é compreensível pelo pouco tempo de tela da maioria, seguindo a principal falha de Ocean’s 13). A desculpa de levar entretenimento a todo custo – cada vez mais utilizada para não promover drásticas mudanças – cria dispositivos narrativos para passar por cima do real.

O direcionamento do filme me deixou com uma questão ainda mais complexa: por qual motivo não os produtores não entregaram a direção do longa para uma mulher? Acredito que Ross tentou dar uma carga de suspense e surpresa que não era necessária – e talvez uma mulher no comando do filme pudesse, de fato, refletir melhor sobre a identidade própria do filme, que não precisaria buscar vinculação com os demais longas da franquia.

Ao mesmo tempo que é excelente ver um filme com tantas atrizes de qualidade, sinto uma decepção enorme por ter a convicção de que elas não foram utilizadas nem perto de seu potencial. Ocean’s Eight, infelizmente, opta pelo caminho fácil ao oferecer uma história com pouca credibilidade, partindo de uma premissa absurda. É por isso que digo que o gênero de crime só irá evoluir com a expansão do cinema independente, visto que a zona de conforto das grandes produtoras é muito grande.

NOTA: 5/10

IMDb

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