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Wonder (Extraordinário) – 2017

Em determinado momento do ano passado, Wonder (Extraordinário, no Brasil) foi o filme com maior número de trailers rodados durante o ano. O alto investimento de marketing da Lionsgate era justificado pelo elenco estrelado e pelo drama que poderia arrastar pessoas de diferentes faixas etárias ao cinema, atrás de experiências e percepções diferentes sobre a história adaptada do livro homônimo de R. J. Palacio.

Auggie (Jacob Tremblay) nasceu com uma doença congênita que o levou a mesa de cirurgias 27 vezes em 10 anos. Após ser educado por sua mãe, Isabel (Julia Roberts), a família decide que Auggie deve sair do ninho e entrar para a escola para dar continuidade na sua formação básica. Vários são os empecilhos: apesar de Auggie ter plena consciência de que seu rosto causa pena e estranheza nas pessoas, sua rotina na escola acaba sendo afetada pela forma como ele é recebido. Aos poucos, no entanto, Auggie fica aberto a novas amizades e supera alguns de seus medos.

O que mais gostei do filme dirigido por Stephen Chbosky, também responsável pela adaptação do roteiro, foi que em nenhum momento existe um vitimismo que coloca a história do protagonista como digna de pena. Muito pelo contrário, a mensagem final é positiva. Ressalto isso pois acredito que Chbosky tinha em mãos um material perfeito para manipular seu público para tornar este filme um marco do tearjerker contemporâneo. Mas a adição de um traço de humor muito bom foi essencial para quebrar essa sensação, já que a condução propõe discutir bullying e diferenças – no sentido mais amplo desta palavra.

Indicado ao Oscar de melhor maquiagem, obviamente este ponto é um dos que mais surpreende. O trabalho de edição também é positivo, mas o que quebra, em parte, o desenvolvimento da trama é a mal articulada história secundária de sua irmã, Via (Izabela Vidovic) – que tenta buscar seu próprio espaço mas não tem contexto e tempo suficiente para avançar e prosperar.

Wonder, além de ser um filme interessante pela história principal, também deve ser um ótimo material de apoio em determinadas áreas acadêmicas – especialmente na medicina e na psicologia. Mérito para a Lionsgate pela aposta na história e para o diretor Stephen Chbosky por acreditar em uma produção sólida sem forçar o melodrama.

NOTA: 7/10

IMDb

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