Obviamente Star Wars: Episode VIII – The Last Jedi (Star Wars: Os Últimos Jedi, no Brasil) era um dos filmes mais aguardados deste ano. Não apenas pelo que representa a franquia para o cinema e para a cultura geral, mas também pelas inúmeras questões deixadas em aberto no episódio anterior.
Rey (Daisy Ridley) finalmente encontra Luke Skywalker (Mark Hamill). Ela deseja ser treinada para se tornar uma Jedi, mas a experiência de Luke com Ben Solo/Kylo Ren (Adam Driver) toma conta de seus pensamentos. Além de prosseguir com esse arco narrativo, também testemunhamos a caçada do General Hux (Domhnall Gleeson) aos últimos rebeldes, que ainda tentam uma sobrevida graças a liderança de Leia (Carrie Fisher) e Poe Dameron (Oscar Isaac). Para tentar surpreender a Primeira Ordem, uma missão secreta é conduzida por Finn (John Boyega) e Rose (Kelly Marie Tran).
Rian Johnson, diretor desta produção, é um grande fã de Star Wars. Nota-se sua paixão pela história e pelos personagens em qualquer entrevista. A aposta, no entanto, foi arriscada. Johnson provou seu potencial dirigindo o episódio Ozymandias, da série Breaking Bad, que considero como o melhor capítulo de uma série de TV apresentado até hoje, mas o hiato de quatro anos na sua carreira certamente diz algo. Por qual motivo ele não trabalhou neste período? Obviamente seria muito mais seguro e coerente manter J. J. Abrams, que atuou como produtor executivo neste episódio, mas entregar direção e roteiro para uma figura pouco conhecida não condiz com o tamanho da franquia.
Digo isto pelo fato de que existem erros grosseiros na condução de Star Wars. Um punhado de cenas editadas porcamente (com cortes vergonhosos) e uma frustração que ganha forma na metade final do filme. Star Wars tem tantas histórias paralelas, tantos personagens e tantas possibilidades de abertura que torna-se incompreensível gastar um tempo precioso de tela com detalhes que poderiam tranquilamente figurar em uma versão estendida (que, por sua vez, será bem vinda para ampliar cenas que realmente deveriam ter sequência, especialmente as que giram em torno do personagem de Benicio del Toro, que deveria ter sido acionado com mais vigor).
As atuações são boas, e todas as cenas com Carrie Fisher emocionam, obviamente. A ligação entre Adam Driver e Daisy Ridley é o ponto alto deste episódio.
The Last Jedi, em última análise, preocupa-se muito mais em estabelecer o cenário do próximo e decisivo episódio da franquia do que construir a partir do filme anterior. Com CGI de ponta, deve receber indicações ao Oscar nas categorias técnicas. Talvez a recepção negativa de parte dos fãs faça J. J. Abrams mudar certos eixos.
NOTA: 7/10