Guerra do Iraque. São tantos filmes lançados recentemente sobre este polêmico assunto, que realmente passo a acreditar que chegamos a um limite, pois poucos são os longas com um viés crítico sobre a invasão. The Wall (Na Mira do Atirador, no Brasil), adota o conflito como pano de fundo para uma história fraquíssima, que também alerta para a ascensão do padrão minimalista das produções estadunidenses, dado que algumas produtoras estão investindo em filmes baratos e despejando o orçamento para pagar o cachê de uma grande celebridade que possa auxiliar na distribuição internacional.
Allen (Aaron Taylor-Johnson) é sargento do exército dos EUA e reveza vigia com Shane Matthews (John Cena) durante 22 horas. Após um grupo de aliados ser alvejado por um sniper, ambos acreditam que a área está livre de perigo. Mas Shane é atingido por um tiro e Allen deve proteger sua vida (e ele conta com um pequeno muro, que explica o título, para evitar ser almejado pelo atirador iraquiano).
Um filme rodado no deserto, sem nenhuma cena impactante. Temos apenas três personagens ativos – com o ‘bônus’ de que John Cena apenas foi convocado por conta de sua popularidade, já que não tem linhas de diálogo. The Wall sustenta-se na velha premissa da caça do gato ao rato, só que sem qualquer senso de progressão de personagem dos filme consagrados neste gênero.
A guerra não é problematizada, e o longa perde precioso tempo em cenas desnecessárias, talvez para criar um sentimento de tensão superficial. A dor e o sofrimento da guerra
A cena final é um disparate que, sem sombra de dúvidas, chega a ser uma afronta ao espectador que esperou pacientemente por uma conclusão. Ao deixar espaço para uma continuação, no mesmo deserto monótono, o diretor Doug Liman abusa da boa fé ao entregar um produto fraco e desequilibrado.
NOTA: 4/10