Não adoto uma posição crítica sobre o segundo reboot feito pela Sony e pela Marvel em Spider-Man: Homecoming (Homem-Aranha: De Volta ao Lar, no Brasil). Tenho a convicção de que os estúdios tem um plano estratégico muito forte para firmar Tom Holland no papel por pelo menos duas décadas. O que me decepcionou, no entanto, foi a forma como a narrativa do filme foi levada ao cinema. Muita atenção para eventos secundários e pouquíssimo material relevante para a construção do novo Peter Parker.
Após a introdução do novo Spider em Captain America: Civil War, Peter (Tom Holland) atua como uma espécie de protetor de sua comunidade, combatendo pequenos crimes, contando com o dia em que Tony Stark (Robert Downey Jr.) lhe chamará para ser um membro permanente dos Avengers. Os primeiros cinquenta minutos mostram o cotidiano de Parker – desde sua paixão por sua colega (Laura Harrier), até seu relacionamento com seu melhor amigo, Ned (Jacob Batalon) e com sua tia, May (Marisa Tomei).
O diretor Jon Watts busca uma abordagem mais cool, prestando algumas homenagens ao clássicos da comédia teen da década de 1980. com boas seleções musicais e até mesmo uma construção de cena próxima de Ferris Bueller’s Day Off. O problema é que o Peter Parker de Holland é bem menos complexo do que os de Maguire e Garfield, por total desleixo do roteiro, que abusa de recursos como o do instante decisivo, criando cenas desnecessárias e cliffhangers extremamente chatos. Adrian Toomes (Michael Keaton), o vilão da história não convence (não por culpa do brilhante Keaton, mas pelo total desrespeito com O Abutre clássico dos quadrinhos).
Gosto muito da forma como a Marvel interage com os efeitos gráficos de seus filmes. No entanto, acredito que neste caso ocorreu um exagero ao nível de tornar a experiência final completamente superficial, o que é uma pena. Ainda assim, o sucesso de bilheteria e a boa recepção (reconheço que faço parte de uma minoria que não gostou deste longa), garantirá o sucesso deste reboot.
NOTA: 6/10