Dez anos atrás, Steven Spielberg e a DreamWorks anunciaram a compra dos direitos de Ghost in the Shell, popular franquia que conseguiu imensa repercussão no Japão graças ao mangá e que atingiu o mundo com a animação de 1995, extremamente efetiva em sua proposta. O filme (apresentado no Brasil com o título A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shel) com direção de Rupert Sanders toma inúmeras liberdades com o material original e investe muito mais na ênfase do título do que o imaginado.
Major (Scarlett Johansson) é uma mulher com corpo cibernético que lidera a unidade Section 9, que combate o terrorismo. Ambientado no futuro – ou como sugere os produtores, em um ‘mundo internacional, a história segue a relação de Major com a doutora que lhe salvou e projetou (Juliette Binoche), ao mesmo tempo que aponta sua parceria com Batou (Pilou Asbæk), seu colega de equipe que responde ao chefe Aramaki (Takeshi Kitano). No longa, o alvo é o hacker Kuze, que planeja destruir a organização Hanka, que criou Major.
Ghost in the Shell introduz temas importantes como memória e identidade, mas não toma nenhuma precaução para abordá-los de forma satisfatória. Todas as menções sobre o passado de Major são desconexas e a relação com sua mãe – que certamente poderia quebrar paradigmas e fortalecer a narrativa – apresenta má condução. A fotografia de Jess Hall é o ponto alto da produção, já que a imersão em um mundo futurista é total.
O filme é um fracasso de bilheteria nos Estados Unidos e sofre diversas críticas ao redor do mundo por conta do whitewashing – além do fato de que uma atriz japonesa poderia ser muito mais eficaz do que uma estrela ocidental. De qualquer modo, Ghost in the Shell apresenta bons efeitos especiais e provavelmente agradará o fã da franquia – ainda que o desfecho seja excessivamente meloso e hollywoodiano. A sensação é de uma super produção incompleta, que toma rumo apressado e opta pelo caminho mais fácil constantemente.
NOTA: 6/10