Indicado a dois prêmios da Academia, Deepwater Horizon (Horizonte Profundo: Desastre no Golfo, no Brasil) foi uma das maiores produções de 2016, com mais de 120 milhões de dólares investidos. O péssimo desempenho na bilheteria (que só cobriu as despesas) deixou o longa dirigido por Peter Berg com status de fracasso.
Em 20 de abril de 2010, a explosão da plataforma Deepwater Horizon deixou 11 mortos. O caso gerou forte repercussão nos Estados Unidos, com ampla cobertura dos noticiários. O que decepciona a priori é que o drama, que poderia ter um tom investigativo, concentra-se apenas na figura de Mike Williams (Mark Wahlberg), empregado que vira uma espécie de herói por tomar atitudes certas em meio ao caos. Os contatos de Mike com sua família são extremamente restritos – e não ajudam a moldar seu caráter na tela. E Mr. Jimmy (Kurt Russell), gerente de instalação, tem participação que pouco afeta a narrativa.
Um dos grandes problemas de estruturação está na forma como o Berg busca sustentação na figura de um grande vilão. Caso o caso Deepwater fosse ficção, Donald Vidrine (John Malkovich) seria um ótimo antagonista. Mas um pouco de pesquisa mostra o quanto os produtores e roteiristas alteraram a história real para descarregar a culpa pelo desastre nos ombros de apenas um homem.
Pelo fato de adotar uma posição politicamente correta (tanto para agradar as famílias quanto para evitar problemas judiciais), o filme não oferece um retrato fiel da história real. Ao invés disso temos pequenos detalhes que tentam adicionar uma fonte extra de emoção em torno de Mike. Como fonte de entretenimento, Deepwater Horizon oferece bons efeitos especiais, mas que não justificam o elevado custo do longa.
NOTA: 6/10
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