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Mais um Globo de Ouro.

Quando soube da indicação de Jimmy Fallon para a apresentação, confesso que senti uma mistura de alegria com certo pessimismo. Embora reconheça sua influência dentro da televisão americana, alguns de seus quadros dependem do teleprompter, que estragam a experiência final.

Apesar do bom quadro de introdução, seu monólogo inicial foi um dos piores dos últimos anos. As repetidas piadas nas costas de Trump não prenderam a atenção de quem estava no The Beverly Hilton – e algumas vaias foram ouvidas.

No restante da premiação, sua presença foi praticamente nula. Decepcionou muito. O ponto alto da noite foi o discurso de Streep, memorável.

Vamos agora tratar sobre cada vencedor de cinema, foco do site.

Melhor filme (Comédia ou Musical): La La Land – O grande vencedor da noite! Venceu todos os prêmios possíveis – considerando que não fez promoção para as categorias de coadjuvante. Fato notório, histórico, e que dificilmente será repetido em um futuro próximo.

Melhor filme (Drama): Moonlight – É a produção que mais chama a atenção dos americanos nesta temporada de premiações. Levou o Globo de Ouro, levará o Spirit e é o favorito ao Oscar. Interessante notar que a Hollywood Foreign Press também seguiu o ‘clamor’ dos críticos.

Melhor diretor: Damien Chazelle, La La Land – Vai com tudo para o Oscar. Tem o reconhecimento da imprensa e também de seus colegas.

Melhor ator (Drama): Casey Affleck, Manchester by the Sea – É a temporada de Casey! Um filme que deu amplo espaço para ele brilhar e mostrar todo seu potencial. Mais que merecido.

Melhor ator (Comédia ou Musical): Ryan Gosling, La La Land – Alguém tinha alguma dúvida?

Melhor atriz (Drama): Isabelle Huppert, Elle. Linda atitude da Hollywood Foreign Press. Passou por cima de todos que diziam que Huppert não tinha chance de competir com Adams e Portman. Ponto negativo apenas para o corte desnecessário e deselegante no discurso de aceitação.

Melhor atriz (Comédia ou Musical): Emma Stone, La La Land – Também esperado, em uma categoria sem nenhuma chance de surpresa.

Melhor ator coadjuvante: Aaron Taylor Johnson, Nocturnal Animals. Primeira premiação e grande surpresa da noite. Apenas os críticos de San Diego lembraram de Johnson. Sua vitória me parece um fato isolado, dado que Michael Shannon tem um papel mais influente. Para o Oscar, Mahershala Ali ainda é o grande favorito.

Melhor atriz coadjuvante: Viola Davis, Fences. Fences é um filme que transmite uma mensagem forte e linda. Justa premiação? Bom, aí entram várias questões. Davis desempenha papel fundamental dentro do filme de Denzel Washington – e eu a considero como protagonista do filme. Mas pressão do estúdio para enquadrar Davis como coadjuvante deu certo e ela saiu com o Globo de Ouro. Sem dúvida ela tem um tempo de tela maior do que suas concorrentes. Não acredito que a Academia deixe a atriz de fora do Oscar (mas na categoria principal mesmo, onde o páreo é duríssimo este ano).

Melhor filme estrangeiro: Elle – Neste caso, a Hollywood Foreign Press reconheceu o valor de um filme esnobado pela Academia. Como disse o diretor Paul Verhoeven, pelo menos eles tiveram a mente aberta para avaliar um longa que não é perfeito, mas conta com uma atuação de luxo.

Melhor roteiro: Damien Chazelle, La La Land – Confesso minha surpresa nesta categoria. A Hollywood Foreign Press realmente abraçou La La Land em todos os sentidos. Como o Globo de Ouro não diferencia roteiro adaptado de original, Chazelle deve estar orgulhoso por vencer os quatro fortes nomes com quem dividiu essa categoria.

Melhor animação: Zootopia – Uma animação boa, que consegue fazer uma ótima mediação sobre temas que precisam ser discutidos. Não é minha preferida, mas…

Melhor trilha sonora: La La Land – Categoria muito previsível, dada a valorização musical típica de Damian Chazelle.

Melhor canção original: “City of Stars,” La La Land. Melhor canção do ano! A lista prévia do Oscar nessa categoria conta com algumas canções interessantes, mas os indicados ao Globo de Ouro não chegavam aos pés desta linda música.