Tom Ford apresenta Nocturnal Animals (Animais Noturnos, no Brasil), um dos melhores filmes do ano. Mantendo a coerência que tornou A Single Man um sucesso no mundo inteiro, o diretor e estilista adapta o bestseller de Austin Wright – Tony and Susan – para criar na tela de cinema uma memorável narrativa que percorre o mundo real e o mundo fictício, criando um laço de união espetacular entre as histórias.
Susan Morrow (Amy Adams) faz parte da alta sociedade de Los Angeles. Apesar de sua galeria de arte receber elogios diários, seu casamento com Hutton (Armie Hammer) começa a ruir por conta dos excessivos compromissos ‘profissionais’ dele em Nova York. Certo dia, ela recebe a cópia do manuscrito do livro de seu primeiro marido, Edward (Jake Gyllenhaal). Com o nome de ‘Animais Noturnos’, Edward constrói seu livro analisando um caso texano. Tony Hastings (Jake Gyllenhaal) decide viajar com sua esposa (Isla Fisher) e filha (Ellie Bamber) durante a noite. Na estrada, eles encontram três homens dispostos a criar problemas. Quem investiga posteriormente o caso ocorrido naquela noite é Bobby Andes (Michael Shannon), que decide correr atrás dos homens para fazer justiça.
Quem mergulhar na história proposta por Ford certamente terá seu coração batendo forte. Nocturnal Animals consegue mexer com os mais variados sentimentos negativos (como nojo, raiva, tristeza) para construir junto do espectador a ideia de vingança. Se Gyllenhaal é a chave para a compreensão do filme em atuação inspirada, sem dúvida alguma a principal estrela é Michael Shannon, que parece colocar na tela toda a agonia do público.
A alegoria do antigo relacionamento de Susan e Edward fica clara com os flashbacks que aos poucos mostra o começo e o final do casamento (quando Susan insistia na ideia de que Ed era um ‘homem fraco’). Todo o desenrolar é feito como nos filmes de David Lynch, onde o público evita até mesmo piscar o olho para não perder informações que ajudem a entender tanto o contexto geral como para dar uma explicação satisfatória para o que foi apresentado.
Nocturnal Animals é incrível. Tem um poder único de reflexão e ressalta a qualidade de Ford como diretor. É o tipo de produção que merece ser vista mais de uma vez junto com a leitura do livro para aplaudir a adaptação impecável e toda a construção do longa (com bela fotografia de Seamus McGarvey e banda sonora de Abel Korzeniowski). Vencedor do Leão de Prata de Veneza e indicado para três prêmios Globo de Ouro.
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NOTA: 9/10
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