O Universo Marvel já demonstrou que é grande o suficiente para abrigar os mais diferentes tipos de heróis e vilões. O investimento feito desde 2008 é notório, e o padrão estabelecido é altíssimo – desde a atuação até detalhes da edição de som. Doctor Strange (Doutor Estranho, no Brasil) destaca-se pelo maravilhoso uso do CGI e um elenco recheado de estrelas de ponta da indústria.
Benedict Cumberbatch interpreta Stephen Strange, um brilhante (e arrogante) cirurgião nova-iorquino. Ele vê toda sua carreira desmoronar após sofrer um grave acidente que causou sequelas irreversíveis em suas mãos. Após descobrir um caso de um homem tetraplégico que conseguiu recuperar todos os movimentos do seu corpo, ele vai para o Nepal, onde entra em contato com a Anciã (Tilda Swinton), que esbanja poderes místicos, como o do controle da consciência, além de energias ocultas do universo.
Como é padrão na Marvel, o filme dedica boa parte de seu tempo preparando o terreno para o futuro ao apresentar. A direção de Scott Derrickson propõe um filme que é construído através de gags que exploram a complexa personalidade de Strange. Algumas são efetivas, outras extremamente forçadas. Outro problema está em Kaecilius (Mads Mikkelsen), que é introduzido como um super-vilão mas aos poucos apresenta falhas que tiram todo crédito prévio.
O grande destaque de Doctor Strange está nos vários efeitos especiais caleidoscópicos. Eles diferenciam-se das tradicionais cenas eye-candy da Marvel por adicionarem uma importância em todo o cenário apresentado, e não apenas em três ou quatro personagens. Neste sentido, várias licenças artísticas são feitas para tornar o filme em uma boa fonte de entretenimento, ampliando o leque de possibilidades de ação do protagonista. Não espere uma discussão requintada sobre viagem ao tempo, mesmo que isso se torne elemento secundário na trama: os produtores sabem bem que de nada adianta agradar uma minoria e tomar tempo precioso de rodagem que poderia ser usado na construção do personagem. Justamente pela falta de tempo, acredito que boa parte da participação de Christine (Rachel McAdams) tenha entrado na tesoura na sala de edição, já que o arco mais pessoal e amoroso de Strange não tem um desenvolvimento agradável.
Recomendo fortemente este filme em IMAX, como foi feito para ser visto, já que a sensação de imersão é ímpar. Doctor Strange tem um ator dedicado e produtores apaixonados que podem tornar este filme e toda sua franquia em uma adição positiva no portfólio cinematográfico da Marvel. As duas cenas exibidas durante os créditos finais deixaram os fãs especulando sobre o futuro, com várias possibilidades de histórias com muito potencial.
NOTA: 7/10
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