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I.T (Invasão de Privacidade) – 2016

Pierce Brosnan toma o mesmo caminho que Robert DeNiro decidiu seguir há dez anos. A troca de um nome de credibilidade nos créditos de uma produção qualquer por um bom cachê é bem documentada na história do cinema, mas a expansão do mercado de filmes B nas últimas décadas apenas evidenciou um fenômeno que cresce cada vez mais. I.T (Invasão de Privacidade, no Brasil), dirigido por John Moore, não estabelece uma narrativa clara e lógica, apesar de ter todo espaço para promover boas discussões,

Mike Regan (Brosnan) é o fundador de uma das principais empresas de aviação particular do mundo. Sua próxima ideia é de abrir a companhia para o mercado, tentando estabelecer a marca como uma espécie de Uber dos céus. Durante a apresentação de introdução do projeto, um erro em um computador só não compromete o evento por conta do novo estagiário de informática, Ed (James Frecheville), que logo recebe o convite para visitar a casa de Reagan e interagir com sua esposa, (Anna Friel) e sua filha (Stefanie Scott), que reclamava da qualidade da conexão no local. Quando Ed começa a demonstrar um interesse duvidoso na jovem, Mike toma a decisão de cortar laços com o rapaz, fato que gera sérias consequências.

O longa não investe um minuto sequer na elaboração de um arco narrativo envolvente. A lógica do filme é hilária, com problemas que se tornam soluções nas mãos de Ed – e que depois se tornam em outros problemas. O estagiário, por exemplo, invade todo o sistema de segurança da empresa, instala um software malicioso no carro de Mike e até mesmo invade o sistema da casa do protagonista. Fica claro que o diretor tinha uma história interessante, mas não soube criar e ambientar o roteiro em torno dessa disputa.

O grande diálogo que poderia ser feito diz respeito ao poder criado por pessoas anônimas. Recentemente, Zero Days e Lo and Behold trataram com extrema sutileza de um tema sério e complexo. Em I.T. no entanto, uma inversão de valores horrorosa toma lugar: a invasão do sistema de uma empresa que se diz como uma das maiores do mundo é feita de forma amadora. Seria como um estagiário do Facebook invadir os dados de Mark Zuckerberg e comprometer duramente a segurança de seu patrimônio público e privado.

Além de dispensável e com uma produção com qualidade questionável (a tentativa de emular Washington D.C na Irlanda é assustadora), I.T. é previsível e desloca reflexões para clichês cotidianos de filmes que misturam ação com drama.

* I.T. está disponível na Amazon Video.

NOTA: 3/10

IMDb

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