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Urge – 2016

Urge é um filme com Pierce Brosnan: é desse modo que a Lionsgate promove seu novo lançamento on demand, pouco se preocupando com a história ou com o fato do ator participar de apenas três cenas. Seu rosto é destaque no poster, o trailer dá a impressão de um filme despojado e  parecido com Limitless, sucesso no cinema e no home video cerca de cinco anos atrás.

Neil (Danny Masterson) é um executivo bem sucedido que decide reunir seus amigos em uma pequena ilha. Ao invés de beber e conversar em casa, ele busca entretenimento em um clube restrito controlado por um homem misterioso  (Pierce Brosnan), que lhes apresenta a poderosa droga chamada ‘Urge’, com potencial para destruir qualquer inibição da mente humana. A recomendação para uso é simples: apenas uma tragada, uma vez na vida. Mas a experiência única proporcionada aos amigos dá início a um descontrole completo quando eles decidem usar a droga mais vezes.

Incoerência é a palavra que deve ser ressaltada: nada no roteiro é convincente – e o mundo criado pelo diretor Aaron Kaufman é tão frágil que nas cenas finais é nítida a falta de comprometimento dos próprios atores para manter na tela um nível de atuação aceitável. Brosnan – que deve ter trabalhado uma semana para levar para casa um bom cachê – tem um papel fiasquento, em mais um capítulo da longa discussão que afeta nomes como De Niro e Al Pacino – que aceitam qualquer tipo de filme apenas pelo dinheiro. Será mesmo que Brosnan se orgulha de ter um filme destes em sua filmografia?

A mensagem é interessante, buscando explorar a insegurança humana e o livre arbítrio, mas a forma como ela foi levada para as telas deixou muito a desejar. Tomadas que mais parecem um soft-porn preenchem o filme em busca de apagar erros gravíssimos de continuidade. A tentativa de viagem ‘filosófica’ patrocinada pelo diretor é  tão absurda que até mesmo o Diabo entra na narrativa e começa a usar a velha retórica da moral religiosa, tão b nos últimos anos. Urge é um filme que jamais deveria ter saído do processo criativo – o que mostra o baixo nível das produções B financiadas por estúdios que buscam apenas o lucro em torno de um ator comercialmente rentável. Vergonhoso e desnecessário.

* Urge está disponível na Amazon Video.

NOTA: 2/10

IMDb

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