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Demon – 2015

Os filmes de horror europeus tem um estilo de rodagem e execução completamente diferentes do padrão de Hollywood. Isso causa estranheza, especialmente em escolas rígidas, como a polonesa. Demon, último filme da carreira de Marcin Wrona, entrega uma história interessante, mas completamente solta e desvinculada de uma trama que possa, de fato, abraçar seu público.

Piotr (Itay Tiran) sai da Inglaterra e viaja até uma pequena cidade da Polônia para se casar com sua amada Zaneta (Agnieszka Zulewska). Como presente pela união, ele recebe de seu sogro um pedaço de terra, local de sua festa de casamento. Enquanto prepara a cerimônia, ele descobre uma ossada – e passa a agir de forma estranha desde então, causando pânico em seus parentes e convidados.

Entender Demon requer uma prévio conhecimento em dois pontos da tradição exposta no filme: o primeiro deles diz respeito aos casamentos ‘de campo’. Festas totalmente ‘sem limites’, onde os participantes se entregam ao álcool, sem pensar no dia seguinte (por este motivo elas ocorrem sempre aos sábados). A seguir, todo o filme tem como base o dybbuk, lenda da tradição judaica na qual um espírito vagante ocupa o corpo de uma pessoa. É a partir disso que o diretor busca orquestrar sua narrativa em um roteiro armado com alicerces de apoio (como o humor negro e o frequente uso do sexo explícito).

Por conta da limitação da temporalidade (praticamente tudo ocorre em uma noite) e das perdidas linhas de diálogo entre o punhado de personagens apresentados, a festa de casamento não toma nenhum fato memorável, e nem mesmo a cena que é destaque no poster (e apresentada como destaque desta crítica) consegue ser relevante. O grande pecado é não abrir o dybbuk para discussão, nem menos levantar qualquer suspeita sobre o motivo dos estranhos acontecimentos que tomam lugar no filme ocorrerem justo naquele dia. Wrona oferece respostas com grandes buracos, que nem mesmo uma apreciação posterior é capaz de solucionar. Ou seja, as dúvidas são emendadas em um final ‘aberto’, onde o espectador fica à vontade para estabelecer ligações com o que foi apresentado na tela.

Wrona infelizmente colocou um ponto final em sua carreira ao cometer suicídio pouco antes do lançamento deste longa em um festival de sua terra natal – quando os rumores de sua partida para os Estados Unidos tomavam corpo. Demon não conseguir andar pelo terror e pelo suspense de forma agradável – não sendo nem mesmo justa uma comparação com clássicos do gênero produzidos na Europa.

NOTA: 5/10

IMDb

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