Por conta de seus inúmeros problemas pessoais, John Travolta passa por diversos problemas em sua carreira. No cinema, ele engata uma infeliz série de filmes B – que continua com I am Wrath (Eu sou a Fúria, no Brasil), completamente desnecessário.
Travolta interpreta Stanley, um ex Black Ops que vê sua mulher morta após um assalto. Ao perseguir os criminosos, ele descobre que o motivo da morte de sua esposa envolve uma conspiração em que a polícia e até mesmo o governador de Ohio.
Extremamente mal produzido, o filme B busca firmar sua narrativa a partir da velha premissa da justiça pelas próprias mãos. Neste caso, Stanley é construído nas telas como um homem que não teme a morte, de extrema habilidade. É comum neste tipo de filme apelar para um melodrama existencial – o que, é claro, também ocorre aqui. Além de Stanley ter de se confrontar com seu passado negro na busca dos assassinos, ele busca a preservar a integridade física de sua filha, que também passa a ser ameaçada tão logo ele explora o submundo do crime.
Também típico do gênero vingança é a total falta de nexo quando o objeto central do tema confronta-se com a realidade propriamente dita. Neste caso, o mundo em que Stanley vive está aberto para ele fazer o que bem desejar – já que a polícia não existe e apenas os personagens apresentados ao público são capazes de tomar alguma atitude.
O diretor Chuck Russell tem total culpa por tornar o filme uma péssima opção para o home video, já que a distribuição deste longa está longe de tomar lugar: após ter experimentado um certo sucesso comercial na década de 1990 e no começo deste milênio com filmes como The Mask (1994) e The Scorpion King (2002), seu retorno ao cinema mostra claramente um cineasta que não aceita ser limitado pelo orçamento que tem em mãos. Em outras palavras, ele quer desesperadamente provar o quanto consegue fazer um filme de ação a partir da grande estrela que é Travolta, ainda com uma notória legião de seguidores dispostos a consumir qualquer trabalho seu. A captação de tomadas é precária e revela uma série de erros grotescos da produção (desde figurantes perdidos em seus papéis até a péssima escolha do dublê de Travolta, que não acompanha o padrão físico do ator).
I am Wrath mistura um roteiro extremamente batido com uma atuação precária, com uma execução que deixa visível falta de química entre os atores, em um processo de gravação que provavelmente não deve ter tomado mais de três semanas. O resultado final é péssimo.
*I am Wrath está disponível na Amazon
NOTA: 2/10