A direção horrorosa de Paco Cabezas e um roteiro infantil de Max Landis tornam Mr. Right uma experiência completamente desprezível, que fica completamente agarrada aos clichês típicos de filmes de crime e que aproveita muito mal suas três estrelas.
Um assassino (Sam Rockwell) se apaixona por uma inocente mulher (Anna Kendrick) em busca do amor verdadeiro. Sim, Mr. Right busca misturar o humor negro ao pior nível de romance apresentado nas telas do cinema. Pior que isso, é triste ver que Cabezas teve a péssima ideia de querer fazer uma releitura de Pulp Fiction a partir do sangue e da violência.
Carregar nas costas a base de Tarantino não é uma tarefa fácil. O que não fecha é a forma como o personagem de Rockwell é apresentado. Desde sua primeira cena ele é uma espécie de semi-Deus, um imortal. Kendrick, por sua vez, fecha completamente com o perfil de mulher sem voz e sem atitude, fechada em torno de um romance cego. Análises pessoais sem profundidade, desnecessárias. Aliás, a inspiração era Tarantino mesmo?
Falando no lendário diretor, infelizmente o ótimo Tim Roth aceitou se rebaixar para interpretar um personagem que dá o gancho a uma tentativa breve de distorcer a realidade e criar uma reviravolta no roteiro. A atuação de todos os demais coadjuvantes é nivelada por baixo, dado o péssimo nível do toque do roteiro. As piadas não funcionam, o melodrama é digno de pena e a produção geral é incrivelmente amadora.
Mr. Right consegue ser previsível e bizarro desde o primeiro minuto. É um desafio à inteligência do espectador. Não é por menos que seu lançamento foi restrito ao mercado de home video nos Estados Unidos, após a distribuidora não conseguir contratos atraentes nas salas de cinema. Um desperdício de tempo.
* Mr. Right está disponível no iTunes.
NOTA: 1/10